29 de março de 2024
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Cabral reafirma “caixa 2” para campanha de Pezão a governador do Rio

Cabral reafirma “caixa 2” para campanha de Pezão a governador do Rio

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral voltou a afirmar, em audiência nesta quarta-feira (8), na 7ª Vara Federal Criminal, que o dinheiro recebido por empresários era destinado a “caixa 2” de campanha, no caso, supostamente para a campanha de seu sucessor ao Palácio Guanabara, o atual governador Luiz Fernando Pezão.

A declaração de Cabral, no entanto, foi rebatida no depoimento seguinte ao dele. Indicado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro do ex-governador, Carlos Miranda disse ao juiz Marcelo Bretas que era sua “função” recolher as “receitas e despesas” de Cabral.

“Eu realmente tinha função de coordenar recolhimentos de receitas e despesas do ex-governador Sérgio Cabral, e orientei o [Luiz Carlos] Bezerra a buscar estes recursos nos diversos lugares combinados. Era título de propina por compra de equipamentos na área da Saúde.”

As revelações de Miranda, a princípio, confirmam denúncia do MPF garantindo que o dinheiro recebido a mando do ex-governador era propina, e não sobra de campanha, como disse Cabral. Antes da fala do ex-assessor, Cabral disse desconhecer outra operação: o pedido de dinheiro do ex-secretário do governo dele, Sérgio Côrtes, ao empresário Miguel Iskin, ambos também presos.

“Foi uma coisa [pedido ao Iskin] de que não participei, mas, em 2013, procurei o Iskin para a campanha de 2014. Para eu coordenar a campanha, fui o coordenador de diversas campanhas. ‘Temos uma parada dura pela frente, majoritária da minha sucessão, vou sair em abril de 2014 e precisamos pagar a pré-campanha’. Não falo com nenhum orgulho”, disse Cabral.

O governador repetiu o que tem sido frisado por sua defesa, que nunca “pedi propina”, mas sim “apoio à campanha”. Para essa finalidade, Cabral disse que Iskin foi receptivo à ideia e “apoiou com alguma coisa em torno de R$ 3 milhões, entre 2013 e 2014”. Segundo o ex-governador eram R$ 2,5 milhões em “caixa 2″ e R$ 500 mil para um dos partidos da coligação da sucessão”.

O governador Luiz Fernando Pezão, por sua vez, disse que nunca ouviu falar sobre o tema.




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