16 de abril de 2024
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Ex-gerente da Transpetro revela que arrecadava para políticos baianos, diz colunista

Ex-gerente da Transpetro revela que arrecadava para políticos baianos, diz colunista

O jornalista Jairo Costa Junior do Correio informa que o ex-gerente da Transpetro no Nordeste José Antônio de Jesus, preso desde 21 de novembro do ano passado pela Operação Lava Jato, revelou que arrecadava e distribuía para políticos baianos propinas pagas sobre negócios de empresas com a subsidiária da Petrobras.

A informação consta no depoimento feito por ele ao juiz Sérgio Moro em 20 de abril, na Justiça Federal de Curitiba. Funcionário de carreira da Petrobras na Bahia, ex-sindicalista e ligado ao PT no estado, José Antônio afirmou que repassava a agentes políticos 1,25% dos valores pagos por contratos fechados com a Transpetro. Ainda de acordo como ex-gerente da estatal, os pagamentos duraram de 2009 a 2014, ano em que a Lava Jato foi deflagrada.

Indagado pelo Ministério Público Federal (MPF), José Antônio não citou os políticos que seriam destinatários da propina recolhida por ele. Na ocasião, foi alertado por sua defesa a manter nomes em segredo, mas garantiu que a lista inclui pessoas com foro privilegiado.

Preso em Camaçari durante a 47a fase da Lava Jato, batizada de Operação Sothis, José Antônio de Jesus foi acusado de operar propina para o PT, em troca de vantagens financeiras e de apoio para continuar na cúpula da Transpetro. Ao juiz Sérgio Moro, o ex-gerente ratificou parte da denúncia do MPF contra ele e disse que sua permanência no cargo era de fato condicionada aos repasses obtidos para políticos.

Para investigadores ligados à força-tarefa da Lava Jato, o depoimento de José Antônio de Jesus sinaliza a probabilidade de uma eventual delação premiada. O processo em que o ex-gerente da Transpetro é réu ganhou destaque após o assassinato do seu ex-sócio, o empresário José Roberto Soares Vieira.

Ex-vice-prefeito de Ourolândia e filiado ao PT, José Vieira era testemunha-chave na investigação e foi executado a tiros em Candeias no dia 18 de janeiro. A Polícia Federal não descarta a hipótese de queima de arquivo.




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