Palestinos entraram em confronto com militares israelenses na cerca que divide a faixa de Gaza e Israel nesta segunda-feira, deixando ao menos 37 mortos na esteira da abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém, tornando-se o dia mais mortal desde a guerra de 2014.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, dois meninos, um de 12 anos e outro de 14 anos, foram queimados vivos, enquanto outras pessoas ficaram feridas. O ministério disse que pelo menos 448 palestinos foram baleados e feridos, enquanto outras centenas sofreram outros tipos de lesões, inclusive a gás lacrimogêneo.
Os protestos ocorrem em meio a uma delegação dos EUA, incluindo o genro do presidente americano, Donald Trump, Jared Kushner, a filha Ivanka Trump e o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, que comparecerão na cerimônia de abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém, marcada para acontecer à s 10h (de BrasÃlia).
As manifestações em Gaza devem culminar no dia seguinte à abertura da embaixada, no dia em que os palestinos chamam Nakba Day, ou Dia da Catástrofe, marcando o dia após o aniversário da fundação de Israel em 14 de maio de 1948.
Yahya Sinwar, lÃder do Hamas em Gaza, que controla o território, sugeriu na semana passada que mais de 100 mil pessoas poderiam invadir a cerca.
Oficiais militares israelenses dizem que há informações de que o Hamas está usando os protestos como um pretexto para encenar um ataque a Israel. No inÃcio desta manhã, as forças armadas de Israel lançaram panfletos sobre Gaza alertando os moradores para que não se aproximassem da fronteira.
A maioria das funções da embaixada permanecerá em Tel Aviv, mesmo após a mudança oficial, embora o embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, tenha dividido seu tempo entre as duas cidades. Ele continuará a morar em sua residência oficial em Herzliya, ao norte de Tel Aviv.
Cerca de 800 convidados são esperados para a abertura nesta segunda-feira, incluindo 11 membros republicanos do Congresso, bem como autoridades americanas e israelenses e lÃderes empresariais.