19 de abril de 2024
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Exclusivo: Líder dos caminhoneiros que pediram saída de Dilma diz por que não aderiu à greve

Exclusivo: Líder dos caminhoneiros que pediram saída de Dilma diz por que não aderiu à greve

Por Davi Lemos (dvlemos@gmail.com)

Líder do Comando Nacional do Transporte, o caminhoneiro Ivan Luiz Schmidt foi um dos principais articuladores do movimento da categoria que pedia a saída da presidente Dilma Rousseff, entre 2014 e 2016. Mas, nessa paralisação de agora, Ivar escolheu não participar. “A questão é que não estou envolvido nessa paralisação. Fui contra porque eu sabia que não iria terminar bem para a categoria. Vejam que o mote já mudou”, aponta Ivar, que denuncia o uso de “fake news” para a cooptação dos caminhoneiros por quem prega “intervenção militar”.

“Não tenho dúvidas de que (o movimento) passou do ponto. Desde o início eu alertei para os intervencionistas que sempre usam de muito radicalismo. Eles estavam presentes em todos os grupos que eu estava. Começaram uma paralisação com o mote do óleo diesel, no meio do caminho foram cooptados pelo pessoal da intervenção que, com uso de fake news, consegue ludibriar as pessoas do setor facilmente”, aponta Ivar Luiz Schmidt.

Perguntado por NewsBA sobre quais seriam esses exemplos de “fake news”, ele citou um exemplo de vídeo que usa a marca do movimento “Vem Pra Rua” como se eles também quisessem uma intervenção militar. “Usam a credibilidade desse movimento”, aponta o caminhoneiro; mas ele ressalta que esse não é o único exemplo. Em sua página oficial, o Movimento Vem Pra Rua manifesta apoio aos caminhoneiros, mas embasa seu apoio na cobrança do corte de impostos e de privilégios e de gastos no setor público como forma de baratear o combustível.

Ele citou outro exemplo de manipulação da categoria: “Na quinta-feira, divulgaram uma mensagem dizendo que o Temer tinha autorizado as Forças Armadas a bater nos caminhoneiros e limpar as rodovias até as 14h, o que não era verdade. Temer fez isso na sexta, mas não mandou bater em ninguém, né? E que, se caso eles tivessem nos caminhões escrito ´intervenção militar´ nos para-brisas, os militares não iriam chegar perto das manifestações. Aí pediram para todos escreverem isso nos caminhões. Isso é jogo baixo. É manipular as pessoas”, comentou.

Aproximação da esquerda

Sobre a aproximação do PT e de demais partidos de esquerda que tentam angariar dividendos junto aos caminhoneiros, ele disse que a tentativa de aproximação da categoria por petistas e aliados será provavelmente frustrada. “Mais de 90% dos caminhoneiros são (eleitores do pré-candidato à presidência da República pelo PSL, o deputado Jair) Bolsonaro”, disse.




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