19 de abril de 2024
  • :
  • :

Alckmin pretende quebrar monopólio do refino da Petrobras

Alckmin pretende quebrar monopólio do refino da Petrobras

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira (06), que pretende quebrar “o monopólio que existe na prática” no refino do petróleo, que, segundo estimou, “está 99% na mão da Petrobras”. Ele não detalhou sua proposta, citada como um item de sua agenda de competitividade.

O tucano comentou que a greve dos caminhoneiros foi “muito ruim”, pois “criou mais uma instabilidade na questão das regras”.

O setor produtivo, principalmente o agronegócio, se queixa da incerteza gerada pelo tabelamento do frete, uma medida que já foi aprovada pelo Congresso Nacional, mas que se encontra em discussão no Supremo Tribunal Federal.

Lei do Distratos – O presidenciável do PSDB evitou posicionar-se especificamente sobre a Lei dos Distratos, ao ser questionado no evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Ele afirmou que a lei é necessária e comentou que, aparentemente, o que dificulta sua aprovação no Congresso Nacional é a discussão de multas.

Alckmin disse que é preciso analisar os números com cuidado. Ele acredita que a matéria, já aprovada na Câmara, passará também pelo Senado.

O candidato foi questionado sobre o que fará, objetivamente, para aumentar o crédito ao setor imobiliário, que saiu de R$ 2,3 bilhões em 2003 para R$ 120 bilhões em 2014 e passou a cair com a crise. “Não existe uma solução, mas um conjunto de medidas que vão trazendo a agenda da competitividade e a confiança para termos investimento”, respondeu. Ele ressaltou a importância de resolver a questão fiscal.

Crédito à construção – O candidato do PSDB à Presidência da República sinalizou com equalização de juros e destinação de recursos específicos para financiar o setor de saneamento.

“Vocês vão ter muito mais crédito, e crédito compatível”, afirmou Alckmin diante de uma plateia de empresários do setor. “Se precisar, o governo equaliza.” Ele acrescentou acreditar que a equalização não será necessária.

O tucano adiantou que pretende utilizar toda a arrecadação de Pasep e Cofins hoje cobrados sobre as empresas de saneamento e “devolver tudo para investimento.” Ele explicou que a proposta está em estudos por sua equipe, e que a ideia não é zerar esses tributos para, entre outras coisas, evitar que o ganho decorrente dessa desoneração seja revertido em custeio das companhias.

Segundo Alckmin, a tributação hoje é da ordem de 9%, o que significa que os recursos prometidos para investimento serão elevados. A devolução de Pasep e Cofins seria da ordem de R$ 3 bilhões, segundo ele.

Alckmin foi aplaudido ao indicar que reduzirá exigências de infraestrutura urbana para conjuntos habitacionais de menor porte. “Exigir custos adicionais não faz sentido.”

Comércio – Alckmin defendeu que o Brasil promova uma maior abertura comercial ao exterior como forma de ampliar a geração de empregos internamente. Ele também criticou a guerra comercial que está sendo travada entre os Estados Unidos e a China.

“Não é bom para ninguém porque uma guerra comercial dessa dimensão leva a um protecionismo dos mercados”, disse. Para o tucano, o enfrentamento entre as duas potências mundiais também diminui a força do crescimento mundial que, para ele, “vai muito bem”.

“Precisamos beneficiar a população com mais concorrência e não com essa diminuição da atividade econômica”, disse. O tucano enfatizou ainda a necessidade de o Brasil ter uma ação mais forte no comércio exterior, “fazendo acordos que nos permitam crescer fortemente”.

“Os países que aumentaram renda tiveram no comércio exterior uma questão importante. O Brasil ainda é fechado. Precisamos de uma agenda de competitividade, reduzindo o Custo Brasil e fazendo acordos comerciais com outros países”, disse.

Alckmin destacou ainda que o Brasil tem domínio sobre os três principais setores que impulsionaram países de renda média a alcançarem renda alta. Ele listou a indústria, os serviços e as commodities como as áreas em que a nação deve investir para alcançar maior inserção global.

Crédito – O candidato do PSDB defendeu ainda o aumento da competição no sistema bancário para baratear o crédito. “Tem de ter mais competição”, afirmou. “Tem de desregular e abrir, trazer mais banco.” Ele disse ter sido questionado se pretende privatizar o Banco do Brasil e a Caixa. “Não! Quero mais bancos, não menos.” Ele citou cooperativas de crédito e fintechs como exemplos de novos players.

Alckmin citou reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrando que os produtos brasileiros custam 30% mais do que no resto do mundo. A primeira causa apontada pelo levantamento, disse ele, é o custo do capital de giro. O spread bancário no Brasil é quatro vezes superior à média mundial, disse. O crédito no Brasil corresponde a 50% do PIB, enquanto no Chile chega a 120%.




Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *