O Brasil está entre os cinco países sem conflito armado que têm as piores taxas em homicídio de adolescentes e crianças do sexo masculino com idade entre 10 e 19 anos. Em 2015, foram 59 mortes para 100 mil pessoas nessa faixa etária. O índice também é alto em Venezuela (97), Colômbia (71), El Salvador (66) e Honduras (65).
Os dados são do relatório “Um Rosto Familiar: A violência nas vidas de crianças e adolescentes”, que será lançado nesta quarta-feira (1º) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ligado à ONU. O estudo usou dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde.
A taxa de homicídio nesses países não está distante dos números apresentados por países que têm conflito armado. No Afeganistão, por exemplo, a mortalidade por violência coletiva é de 49 para 100 mil pessoas de 10 a 19 anos. No Sudão do Sul, esse índice é de 29.
O estudo do Unicef ainda apresentou dados sobre a raça/cor das vítimas de homicídio no Brasil. Segundo os números de 2014, 75% dos mortos eram negros ou multirraciais. 18%, brancos. 7% das vítimas não haviam raça/cor declarada.
A prática de atos de violência física ou psicológica contra uma pessoa já é realidade em significativa parte do mundo. No Brasil, 43% dos estudantes de 11 a 12 anos disseram ter sido vítimas de bullying na escola pelo menos uma vez no mês anterior.
No México, esse percentual foi de 33%. Os países que registraram os maiores índices foram República Dominicana (60%), Equador (44%), Panamá (44%) e Paraguai (43%).