“No Abaeté tem uma lagoa escura, arrodeada de areia branca, ô de areia branca”. Os versos de Dorival Caymmi eternizaram a região do bairro de Itapuã, que é um dos pontos mais emblemáticos de Salvador. Conduzidas pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), obras de requalificação estão dando cara nova ao lugar e também à localidade vizinha, conhecida como Baixa do Soronha.
A Baixa do Soronha, que, assim como a Lagoa, integra a área de proteção ambiental Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, está sendo submetida a intervenções que vão mudar a realidade de quem mora na comunidade, via investimento da ordem de R$ 12,5 milhões. Dentre as ações, estão a construção de 112 habitações, drenagem do córrego, contenção de cerca de dois quilômetros de encostas e pavimentação. “A previsão é que toda a obra seja finalizada até março de 2019”, calcula o fiscal de obras da Conder, Agenor Paiva.
A intervenção vai “beneficiar, indiretamente, as 2.400 famílias que residem no local, melhorando as condições de saúde, acessibilidade e moradia, de uma forma geral”, explica Paiva. As 112 famílias que vão receber o imóvel – com dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço – estão tendo acesso ao aluguel social ou receberam indenização e estão morando em locais com uma infraestrutura mais adequada. “A benfeitoria vem para ajudar toda a comunidade. Estávamos precisando muito disso”, comemora a moradora Áurea Araújo.
Parque do Abaeté – Em estágio avançado, as obras no centro de atividades da Lagoa do Abaeté estão orçadas em aproximadamente R$ 2 milhões e devem devolver, ainda no primeiro semestre de 2018, aos comerciantes e moradores da região, o intenso movimento que antes era registrado no local. “Nossa meta é fortalecer ainda mais o turismo em Salvador e, especialmente, nessa área tão importante que é a Lagoa do Abaeté”, sinaliza o diretor de Habitação e Urbanização Integrada da Conder, Deusdete Brito.
Dentre as medidas efetuadas estão os serviços de pavimentação em pedra portuguesa; reparos na quadra de esportes, sanitários masculino e feminino, e quiosques; bem como a recuperação do telhado e da área comercial do centro de atividades. A presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes, Baianas de Acarajé e Proprietários de Quiosques do Parque do Abaeté (Asvamba), Neucy Pereira, acredita que, “com essa reforma, o povo vai voltar a freqüentar a Lagoa do Abaeté”.
Foto: Camila Souza/GOVBA