26 de novembro de 2024
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Homem confessa assassinato de jornalista e diz estar sendo ameaçado pela vítima

Homem confessa assassinato de jornalista e diz estar sendo ameaçado pela vítima

Mateus Vilian Alecrim Dourado Araújo, de 32 anos, foi preso em flagrante, na tarde desta terça-feira (14), por matar a pedradas a jornalista Daniela Bispo dos Santos, 39, dentro do Edifício Catabas, na Av. Tancredo Neves, em Salvador, na noite da segunda, 13.

O suspeito foi detido na Av. Santos Dumont, em Lauro de Freitas – próximo ao Maxxi Atacado –, após uma entrevista de emprego. Ele está desempregado. Mateus foi conduzido ao Departamento de Homicídios (DHPP), na Pituba, onde confessou o crime e disse tê-la matado por estar sendo pressionado a largar a noiva para assumir um relacionamento amoroso que mantinha com a vítima desde 2013. Mateus e Daniela trabalharam juntos em uma empresa de call center, onde se conheceram.

Mateus relatou que chegou ao prédio por volta das 19h, e informou ao porteiro que pegaria umas chaves nas mãos de uma funcionária. Ele subiu e encontrou a moça e, juntos, seguiram até o 6º andar, a convite dela. O encontro foi marcado pelo WhatsApp.

“Ele contou que, no caminho, pegou um pedaço de paralelepípedo e colocou na mochila. Quando chegou no prédio, ela o chamou para ir ao sexto andar, onde poderiam conversar com calma. Lá, eles se desentenderam, ele deu um murro nela e depois a matou a pedradas”, relatou a delegada Milena Calmon, o que ouviu do suspeito.

Crime – Para colegas, Daniela teria dito que ia sair para comprar remédios e não mais voltou, o que deu início às buscas na manhã desta terça. Após o crime, Mateus trocou a camiseta branca que estava usando por uma camisa social cinza e saiu do prédio e, em seguida, ao entrar no ônibus, trocou outra vez de roupa.

Ele contou à delegada que, antes de retornar para casa, no bairro da Saúde, jogou as roupas usadas no crime em uma lixeira da avenida Centenário. Ele não contou onde jogou a pedra usada na ação.

As roupas e a pedra usadas no crime não foram localizadas pela polícia. “Com certeza, ele premeditou tudo. Tanto que levou algumas peças de roupas dentro da mochila”, afirmou a delegada.

Daniela trabalhava no serviço Disque 100. O Ministério dos Direitos Humanos, em nota, lamentou a morte dela e informou que o coordenador geral do Disque 100 virá a Salvador para acompanhar as investigações e dar suporte à família da atendente.

Segundo o ministério, o prédio da Central está interditado. Edla Rios, uma das diretoras do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia, afirmou que o crime foi uma tragédia anunciada, já que a segurança no prédio era precária.

“Aqui não existe o controle de entrada e saída. Na negociação coletiva que tivemos, os proprietários prometeram reforçar a segurança e, pelo visto, nada foi feito”, reclamou. A reportagem procurou os proprietários do prédio e os gestores do call center, mas ninguém foi encontrado para dar explicações.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas lamentou a morte de Daniela, que “aumenta a revoltante estatística brasileira de crimes praticados contra mulheres pelo fato de serem mulheres”.




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