Marluce Quadros Vieira Lima, mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual afirma que o ex-assessor Job Ribeiro Brandão afirmou “inverdades” em seu depoimento à Polícia Federal. Ela também diz que está à disposição para prestar esclarecimentos, “a fim de restabelecer a verdade”.
Ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, Job Brandão foi preso, em setembro, na operação da Polícia Federal que encontrou R$ 51 milhões em um apartamento, em Salvador, atribuído ao ex-ministro. Atualmente, Brandão está em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que o ex-ministro e o deputado pediram a ele para destruir anotações, agendas e documentos que poderiam comprometer os dois peemedebistas. Brandão se tornou alvo da PF porque os investigadores encontraram digitais dele no apartamento e em parte do dinheiro.
No depoimento, o ex-secretário parlamentar contou que, a pedido de Geddel, Lúcio e da mãe dos irmãos Vieira Lima, auxiliou na destruição de documentos. Segundo ele, esses documentos foram picotados e jogados em um vaso sanitário.
Brandão disse também que recebia dinheiro do ex-ministro para contar na casa da mãe de Geddel, que mora no mesmo prédio do peemedebista, em um condomínio de luxo de Salvador.
Ele afirmou aos investigadores que as quantias variavam de R$ 50 mil a R$ 100 mil e chegavam em pacotes de papel pardo. Às vezes, segundo o ex-assessor, as cédulas apareciam soltas ou envoltas em fitas.
O ex-secretário parlamentar afirmou ainda que não sabia de onde vinha o dinheiro, mas informou que contava e separava as notas para repassar a pessoas no apartamento da mãe de Geddel e Lúcio. Ele disse que chegou a contar dinheiro dentro do apartamento do deputado Lúcio Vieira Lima.
Segundo Brandão, o dinheiro ficava guardado em malas e caixas no closet do apartamento da mãe de Geddel e as caixas foram removidas, depois, para outro local, que ele desconhecia até a operação da PF que fez a apreensão histórica em setembro.
Brandão disse ainda que, de seu salário de R$ 11,8 mil, ficava somente com R$ 3,78 mil e devolvia R$ 8 mil por mês à família Vieira Lima. O dinheiro era sacado gradualmente durante o mês e entregue para mãe de Geddel e de Lúcio, e depois guardado no closet de Marluce, segundo o assessor.
Ele afirmou também que entregou parte de seu salário, várias vezes, em dinheiro vivo ao próprio deputado.