No último domingo (26), o Acampamento União, localizado numa área abandonada da empresa Sito Barreiras, em Ponto Novo, no Norte da Bahia, foi incendiado. A área é ocupada por 100 famílias do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que denunciam o caráter criminoso do incêndio, cujo objetivo, segundo as organizações é coibir a luta, intimidar os trabalhadores e obrigar a saída das famílias.
As chamas só foram contidas pelos acampados com auxílio do corpo de bombeiros da cidade de Senhor do Bonfim, município vizinho, e ninguém ficou ferido. Porém, na manhã desta segunda-feira (27) novas áreas foram incendiadas e o fogo começou atingir a produção agrícola das famílias e a reserva ambiental.
De acordo com a coordenação do acampamento, essa intimidação traz prejuízos não apenas às famílias acampadas, mas para toda população da região e ao eco sistema regional.
A área de 2 mil hectares foi ocupada no dia 16 de outubro, durante a Jornada Nacional de Lutas em defesa da Reforma Agrária, que mobilizou milhares de famílias Sem Terra em todo Brasil.
Na Bahia, com a ocupação da área, o MST reivindicou uma pauta antiga junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que vai desde o processo de desapropriação de áreas históricas à garantia de direitos básicos nos assentamentos, como estradas, crédito para produção e assistência técnica.