O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (6) que a votação da reforma da Previdência está mantida para o próximo dia 20, apesar de reconhecer que no momento a matéria não tem o apoio necessário para ser aprovada.
“Está mantida”, disse Maia a jornalistas, sobre a votação da reforma, após se reunir com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), na sede da prefeitura paulistana.
“Vamos trabalhar. Acho que alguns têm muita ansiedade. Eu tenho paciência e equilíbrio para discutir a reforma da Previdência”, disse Maia.
O presidente da Câmara reconheceu também que o que chamou de construção da maioria a favor da reforma é lenta, mas disse esperar que até o dia 20 seja possível reunir os votos necessários para aprovar a medida.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação, antes de seguir para o Senado.
“Não está cada vez mais difícil não”, disse, referindo-se à aprovação da reforma. Vocês (jornalistas) são ansiosos. Alguns políticos são ansiosos. Às vezes quando eu falo que ainda não temos os votos, acham que eu estou contra. Como é que eu posso estar contra algo que eu acho que é o coração do futuro desse país, fazer a reforma para garantir o emprego? Eu não posso, de maneira nenhuma, abrir mão disso”, afirmou.
“Também não vou mentir para a sociedade. Hoje não tem 308 votos. Agora, o Brasil é um país em que as coisas mudam de forma tão rápida, quem sabe a gente consegue depois do Carnaval, com todo mundo descansando um pouquinho, construir uma maioria para aprovar aquilo que for possível na Previdência.”
Segundo Maia é possível votar a reforma dia 20 mesmo iniciando a discussão da PEC apenas no dia 19, uma segunda-feira, quando normalmente o quórum da Câmara é baixo.
Mais cedo, o relator da PEC da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), avaliou que a discussão formal do texto em plenário deve ser iniciada no dia 19 de fevereiro, e que a votação deve ocorrer apenas na semana seguinte, mas ressalvou que a prerrogativa de pautar e definir datas é do presidente da Câmara.