O grupo preso por envolvimento em um esquema de fraude de cartão de crédito gastou R$67 mil de hospedagem em um hotel de luxo que fica em um dos circuitos do Carnaval de Salvador, onde eles foram encontrados.
A quadrilha foi presa na manhã desta quinta-feira (8), um dia depois de tentar comprar 700 camisas de um camarote do carnaval com o mesmo cartão de crédito. Segundo Élvio Brandão, diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e responsável pela operação “Online”, a compra foi bloqueada pela operadora.
Foram presos no hotel o engenheiro elétrico Diego Arcanjo, de 30 anos, o estudante de engenharia química, José Nilton, de 28 anos, e outras duas mulheres, que a polícia não revelou os nomes porque investiga qual a participação delas na fraude. De acordo com a polícia, eles eram namorados.
O quinto preso, identificado como Lucas de Oliveira Santos, de 26 anos, foi encontrado em uma casa de luxo alugada por ele no bairro de Stella Maris, em Salvador. Os presos são da capital baiana, mas um deles mora em Fortaleza (CE).
De acordo com a polícia, eles faziam as compras com o cartão de crédito de um banco inglês, mas que tinha o nome deles. Para conseguir o cartão, eles recebiam ajuda de um hacker, que ainda não foi identificado.
As camisas dos camarotes que foram compradas pelo grupo eram vendidas por até R$ 400 abaixo do valor oferecido oficialmente pelos camarotes. “Um dos dias que custava R$2.400 eles vendiam por R$ 2 mil”, detalhou Elvio.
Com os suspeitos, além de celulares, relógios e uma quantia de R$ 2 mil, a polícia encontrou os abadás que eles compraram e revenderiam.
A investigação da fraude começou há cerca de 60 dias e o diretor do DCCP, Élvio Brandão, explicou que, após denúncias, a polícia chegou até os suspeitos.
“Começamos a receber denúncias e avaliamos que, no ano passado, eles agiram aqui em Salvador dando um golpe de R$500 mil. Após monitoramento, descobrimos que eles conhecem um hacker que conseguia pegar contas de clientes em um banco da Inglaterra que tinha muito limite no cartão. O cartão vinha no nome deles, mas a fatura ia para a vítima. Tem gente que foi vítima do golpe e mora nos Estados Unidos”, explicou Élvio.
Além dos abadás e hospedagem, os suspeitos pagaram com o cartão de crédito 20 garrafas de champanhe que custa cerca de R$ 2 mil a unidade.
Os presos vão passar por audiência de custódia na sexta-feira (8), quando será decidido se eles serão encaminhados para o Complexo da Mata Escura, em Salvador. A pena pelo crime de estelionato é de 1 a 5 anos de prisão.