23 de novembro de 2024
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Ascensoristas custam R$ 5 milhões por ano ao Congresso Nacional

Ascensoristas custam R$ 5 milhões por ano ao Congresso Nacional

A um custo anual que ultrapassa R$ 5 milhões, o Congresso Nacional garante que, na maior parte do dia, parlamentares, servidores e visitantes não precisem apertar os botões dos elevadores que funcionam na Casa. No controle da movimentação entre os andares, trabalham 74 ascensoristas, profissão cada vez mais incomum no Brasil.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, o número de ascensoristas no país caiu 35% entre 2010 e 2016 – último levantamento disponível, que aponta 10,8 mil pessoas nessa profissão. Isso significa que, a cada 109 ascensoristas no país, um trabalha dentro do Congresso.

O contrato assinado pela Câmara detalha as atribuições dos ascensoristas. Entre as quais, “operar o elevador”, “atender com presteza às chamadas em quaisquer andares dos edifícios”, “tratar os passageiros com urbanidade e polidez” e “manter a orientação de ‘proibido fumar'”.

No edital para a contratação dos trabalhadores terceirizados, a Câmara justificou que a interrupção dos serviços “certamente influenciará negativamente na qualidade das atividades desenvolvidas” na Casa.

Somente na Câmara, trabalham 50 ascensoristas, em 20 elevadores. O custo anual é de aproximadamente R$ 3,7 milhões. Os salários são de R$ 1,7 mil para uma carga diária de seis horas, além de vale transporte, assistência médica e odontológica e auxílio alimentação de R$ 27,50 por dia.

Após ser questionado pelo G1, o primeiro-secretário da Câmara, Giacobo (PR-PR), anunciou que fará um teste para a retirada dos ascensoristas de parte dos elevadores da Casa. Se o experimento for bem sucedido, disse, esses funcionários serão dispensados.

No Senado, são 24 ascensoristas para 12 elevadores. Os salários são um pouco mais baixos que os da Câmara, de aproximadamente R$ 1,5 mil mais benefícios. Nesse caso, o custo fica em cerca de R$ 1,3 milhão por ano.

Os serviços nas duas Casas são oferecidos pela mesma empresa, a C&P Soluções em Telemarketing. Além dos ascensoristas, o sobe e desce entre os andares também é controlado por 8 telefonistas de fluxo de elevadores, 7 recepcionistas de fluxo de pessoas, 2 controladores de tráfego e um encarregado geral. Os salários variam de R$ 1,9 mil a R$ 5,9 mil.

Responsável pelo controle dos gastos da Casa, Giacobo disse, primeiramente, que encomendou um estudo para “automatizar” parte dos elevadores, mas ponderou que o serviço seria muito caro.

O deputado explicou que, com a mudança, bastaria que a pessoa entrasse no elevador e apertasse o número do andar para que ela fosse levada ao destino. Questionado sobre o fato de a função já estar disponível em elevadores em geral, inclusive nos da Câmara, ele alterou o foco da resposta.

“O ascensorista é mais para controlar o fluxo”, disse. Para ele, como há elevadores de uso exclusivo dos deputados, a ausência dos ascensoristas dificultaria o controle.

Menos de uma semana após os questionamentos do G1, a assessoria do deputado informou que, em março, será feito um teste na Casa.

Os ascensoristas dos elevadores destinados a servidores e visitantes no anexo quatro, onde ficam os gabinetes dos deputados, serão colocados em férias coletivas.

Se não houver problemas no fluxo desses elevadores ao longo desse mês, a Câmara vai dispensar esses ascensoristas, informou a equipe do deputado.

O secretário não detalhou como seria feito o desligamento desses funcionários, já que o número de ascensoristas e o valor pago está previsto em um contrato assinado pela Câmara com a C&P Soluções em Telemarketing que vence somente em 18 de maio deste ano.




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