A bola de fogo que foi vista no céu em diversas cidades da Bahia na noite da última terça-feira (20) não é um fenômeno raro. Acontece em média 10 vezes ao ano em território nacional, segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador-geral do Exoss –uma organização sem fins lucrativos que estuda meteoros.
“São meteoros com uma luminosidade igual ou superior à da Lua, que são tecnicamente chamados de superbólidos”, diz o especialista, que acrescenta que esse tipo de fenômeno também é causado por lixos espaciais que entram em combustão ao atravessarem a superfície terrestre. “A intensidade do brilho depende do tamanho do objeto bem como da velocidade que ele adentra na Terra”.
Diariamente, mais de 100 mil meteoros entram na atmosfera terrestre como estrelas cadentes, mas, de acordo com Di Cicco, a maioria deles passa despercebido. Os superbólidos como o da Bahia, que chamam mais atenção pela luminosidade, acontecem “dezenas de vezes no ano sobre Brasil”, segundo o especialista.
Já aqueles meteoros com brilhos igual ou superior ao do planeta Vênus, conhecidos simplesmente como bólidos, são bem mais frequentes. Segundo o astrônomo, centenas deles acontecem anualmente sobre a cabeça dos brasileiros. “O que acontece é que a maioria deles passa despercebido por acontecerem em áreas isoladas, como em desertos, alto mar ou em áreas de florestas. Isso gera a falsa sensação de raridade.”
Raro, como acrescenta o especialista, é esse tipo de fenômeno causar danos na Terra. O último do tipo foi o fatídico meteoro Cheliabinsk, um meteoroide de cerca de 10 mil toneladas e 17 metros de diâmetro que adentrou a atmosfera terrestre sobre a Rússia em 15 de fevereiro de 2013. Ele provocou a destruição de janelas e chegou a deixar cerca de 1.200 pessoas feridas. “Fenômenos dessa magnitude acontecem um a cada 30 anos.”
Foto: Reprodução