O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou na segunda-feira (26) para o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, recomendando que o petista não abra mão de seus projetos políticos e “não recue”. O telefonema aconteceu horas depois da ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na casa de Wagner, dentro da operação Cartão Vermelho.
Na conversa, o ex-presidente aconselhou Wagner a fazer firme defesa. O gesto foi encarado por petistas como uma demonstração de que Wagner continua a ser o favorito de Lula para a disputa presidencial caso ele próprio seja impedido de concorrer. Mas, no partido, a orientação é aguardar os desdobramentos da operação para avaliar se o ex-governador resistiria até as eleições.
Wagner, por sua vez, tem associado a operação da PF ao surgimento de seu nome como “plano B” do PT para a corrida presidencial. Em recentes conversas, Wagner atribuiu a ação policial a uma perseguição política. Dentro desse raciocínio, o ex-governador disse que já esperava ser alvo de uma tentativa de intimidação após aparição de seu nome como preferido de Lula.
O ex-governador da Bahia afirmou também que seu nome continua à disposição de Lula. Por enquanto, ele é candidato ao Senado pelo Estado da Bahia.
Apesar das manifestações de petistas em apoio a Wagner, dirigentes dos PT começaram a discutir nesta terça-feira (27) alternativas ao Palácio do Planalto. Além do ex-prefeito Fernando Haddad, nomes como os dos ex-ministros Patrus Ananias, Celso Amorim e do governador do Piauí, Welington Dias, são cogitados. A hipótese de apoio à candidatura de Ciro Gomes, pelo PDT, continua descartada.