O Brasil tem 12,7 milhões de pessoas desempregadas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e colhidos a partir da pesquisa Pnad Contínua. O índice de desemprego ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro deste ano.
Os dados apontam que o desemprego foi maior do que o índice apurado no trimestre anterior, quando se registrou 11,8%. O IBGE apura o desemprego e tira média trimestral dos dados, divulgados mensalmente. O resultado de janeiro, portanto, se refere ao período de novembro de 2017 a janeiro de 2018.
Janeiro é, historicamente, um mês que puxa os índices de desemprego para baixo. Trabalhadores temporários costumam deixar seus empregos nesta época, período pós -festas.
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, traz outras considerações: “A gente teve duas quedas seguidas na taxa de desocupação (em relação ao trimestre anterior). Isso significa que houve uma melhora no mercado de trabalho. Mas, quando chega em janeiro deste ano, você tem uma estabilidade. Se não fosse o período sazonal, a expectativa era de que a taxa tivesse caído pela terceira vez”.
Azeredo ainda considera que houve melhora no mercado. “Já não temos a maior taxa de desocupação para janeiro da série histórica”, disse. A maior taxa de desocupação registrada para este mês foi em 2017, a 12,6%. Já a menor observada foi em 2014, de 6,4%.
O trabalho informal segue influenciando o índice de população ocupada, o qual teve incremento de 1,8 milhões de pessoas em relação a janeiro de 2017. “As políticas (do governo federal) ainda não foram eficientes para gerar postos com carteira de trabalho assinada. No paralelo disso, você vê a informalidade crescendo em nível recorde”, apontou Azeredo. Segundo ele, apenas 317 mil postos de trabalho criados podem ser considerados efetivamente formais.
O ritmo de queda da carteira de trabalho assinada pode indicar, entretanto, uma recuperação do mercado de trabalho.
A indústria registrou aumento de 5% na ocupação em relação a igual período do ano passado. Agricultura e pecuária, entretanto, apresentaram queda de 3,9%.
Faltava trabalho para cerca de 26,4 milhões de brasileiros no quarto trimestre de 2017. Esse número representa os trabalhadores subutilizados no país, grupo que reúne pessoas que poderiam trabalhar, mas estão desocupadas, e aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais.
O índice de subutilização atingiu 23,6% da força de trabalho no quarto trimestre de 2017, uma queda em relação trimestre anterior, de 23,9%, mas ainda acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 22,2%.