As ações da BRF despencaram 19,75%, a maior queda diária da história da empresa formada em 2009 após a fusão entre Sadia e Perdigão, segundo a Reuters. O papel fechou a R$ 24,75, na menor cotação desde agosto de 2011.
No ano, a ação acumula queda de 32,4% e com o tombo deste pregão a BRF perdeu quase R$ 5 bilhões em valor de mercado em um único dia, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.
No fechamento do pregão de sexta-feira (2), a BRF estava avaliada em R$ 25,015 bilhões em valor de mercado. No fechamento desta segunda, o valor encolheu para R$ 20,075 bilhões, segundo a Economatica. Ou seja, uma perda de R$ 4,94 bilhões.
As ações das demais empresas do setor de proteínas também eram pressionadas no Ibovespa. JBS caiu 5%. Marfrig e Minerva também recuaram, com baixas de 0,94% e 0,42%, respectivamente.
Mais cedo, a PF informou que cumpria 11 mandados de prisão e 27 de condução coercitiva como parte da 3ª fase da operação Carne Fraca, tendo como alvo a BRF. O ex-presidente-executivo global da empresa Pedro de Andrade Faria foi preso.
Segundo a PF, cinco laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura e setores de fraudavam os resultados dos exames. O objetivo era burlar a inspeção e impedir a fiscalização sobre a qualidade do processo industrial.
Em nota, a BRF informou que pretende colaborar com as investigações “para esclarecimento dos fatos”. A empresa diz ainda que “está se inteirando dos detalhes da referida operação”, mas que está “inteiramente à disposição das autoridades”.
A BRF enfrenta uma crise que vai além do noticiário policial. O prejuízo bilionário no ano passado levou a maior exportadora de carne de frango do mundo a um impasse entre acionistas e seu conselho de administração, que pode culminar na troca de seu comando.