O diretório estadual do PSDB em São Paulo marcou nesta segunda-feira (5) as datas das prévias do partido para a disputa do governo do Estado: dias 18 e 25 de março. Os candidatos à disputa interna têm até o próximo dia 13 para oficializarem seus nomes.
A definição das datas manteve a orientação da executiva estadual e endossou a proposta defendida pelo pré-candidato e prefeito de Praia Grande (Baixada Santista) Alberto Mourão e pelos aliados do prefeito João Doria, que queria a definição em tempo mais distante possível do prazo de desincompatibilização do cargo, 7 de abril – isto é, a data limite que um político tem para deixar um cargo no poder Executivo caso queira se candidatar na eleição.
A proposta de prévias para os dias 25 de março e 2 abril, defendida pelos também pré-candidatos José Aníbal, suplente do senador José Serra, Floriano Pesaro, atual secretário estadual de Desenvolvimento Social, e Luiz Felipe D´Ávila acabou sendo derrotada por 70 votos a 34, com uma abstenção.
Com a decisão desta segunda, o PSDB em São Paulo realiza prévias para a sucessão estadual pela primeira vez em seus 30 anos de fundação, a serem completados em junho próximo.
A reunião teve clima de torcida organizada, com uma militância majoritariamente em defesa de Doria e hostil a Aníbal. Ao defender as duas datas, antes de o prefeito de São Paulo chegar, o suplente do senador José Serra ouviu de um militante pró-Doria a frase “Quem sabe faz a hora”. “Cala a boca, moleque”, reagiu Aníbal, exaltado. Em seguida, defendeu que seria “extremamente sensata” a proposta por ele defendida. “Porque unidade se constrói na divergência, e a divergência também pode resultar em dissidência –o que não é bom, já aconteceu outras vezes”.
Nas prévias tucanas para a prefeitura paulistana, o então vereador e pré-candidato Andrea Matarazzo, filiado ao partido havia 25 anos, deixou a sigla. Semana passada, o vereador e filho do ex-governador Mario Covas, Mario Covas Neto, desafeto de Doria, também deixou a legenda.
A votação das duas propostas de datas para o primeiro e segundo turnos das prévias foi aberta e nominal. Ao final, consolidada a vantagem, militantes pró-Doria – não integrantes do diretório – gritaram “Chupa, Aníbal” em mais de uma ocasião. Ao microfone, o secretário do diretório e coordenador das prévias, Evandro Lossaco, cobrava respeito e ameaçava esvaziar o local a quem não tivesse direito a voto. “Mantenham a elegância”, repetia.
Secretário da Casa Civil de Alckmin, Samuel Moreira defendeu a proposta de datas feita por Aníbal e alfinetou: “Geraldo vem enfrentando obstáculos dentro e fora partido de pessoas tentando solapar a candidatura”, disse. “Estamos brigando por uma data ou para impor vitoriosos e derrotados? Ninguém pode ter medo de debate, quanto mais debate, melhor”.