O deputado Jair Bolsonaro (RJ) participou nesta quarta-feira (7) de um ato simbólico de filiação ao PSL. O partido vai lançá-lo pré-candidato à Presidência da República e espera filiar outros 7 parlamentares.
Bolsonaro deve formalizar a filiação à legenda nesta quinta (8), primeiro dia da janela que permite aos parlamentares trocar de partido sem correr o risco da punição da perda do mandato. Ele está na nona legenda desde que entrou para a política e, em janeiro deste ano, anunciou que deixaria o PSC para se tornar o pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto.
Militar da reserva, Jair Bolsonaro está no sétimo mandato parlamentar e é réu no Supremo Tribunal Federal por suposta prática de apologia ao crime de estupro e por injúria.
A ação penal foi aberta em razão de Bolsonaro ter dito que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “não merece ser estuprada” porque ela é “feia” e não faz o “tipo” dele.
Ao participar do ato do PSL, Bolsonaro fez um discurso de cerca de 40 minutos no qual afirmou que, se for eleito presidente da República, negociará com o Congresso Nacional sem “toma lá, dá cá”.
Em outro trecho, o deputado afirmou que “começou o plano” de se candidatar à presidência em 2014, mas se perguntava sobre como chegar ao posto “sem dinheiro, sem conchavos” e sem um “grande partido”. Bolsonaro disse ainda que, se for eleito, o ministério será formado por 15 pastas (atualmente são 29).
O deputado defendeu, também, as privatizações, a redução de impostos, a desregulamentação e a desburocratização. “Nós do Estado não podemos atrapalhar quem quer produzir, inovar, trabalhar, estudar”.
Bolsonaro ainda defendeu mudanças no Estatuto do Desarmamento, acrescentando: “A violência se combate com energia e, se for o caso, com mais violência”.
O parlamentar informou que, se for eleito, não pretende negociar “uma vírgula” com partidos de esquerda. “Quem reza nessa cartilha da esquerda não merece conviver com os bens da democracia e os bens do capitalismo”.
Em outro trecho, Bolsonaro também falou sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e disse não ter “nada contra homossexuais”.
Aos integrantes do PSL, contudo, o deputado afirmou estar na Constituição que o casamento é entre homens e mulheres, e que há uma parcela de ativistas que quer mudar o que, para ele, “não é normal”.