Os Estados Unidos, Canadá e 14 países da União Europeia anunciaram nesta segunda-feira que vão expulsar mais de cem diplomatas russos diante do suposto envolvimento da Rússia no envenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia em Salisbury, na Inglaterra, no início do mês. Os funcionários devem sair em até uma semana. O governo americano também informou que vai fechar o consulado russo em Seattle. O Ministério do Exterior russo considerou o movimento como um “gesto provocador” e disse que o país vai responder de forma equivalente nos próximos dias.
Os governos de Alemanha, França, Polônia e Canadá mandarão embora quatro representantes russos, enquanto serão 60 a deixar o território dos EUA. A Lituânia expulsará três diplomatas e proibirá a entrada de 44 cidadãos russos no país. Já 13 deixarão a Ucrânia. Itália, Holanda e Dinamarca expulsarão dois diplomatas, cada; República Tcheca, três; Estônia, Finlândia e Romênia, um cada. A Croácia vai declarar persona non grata um diplomata russo no país.
Falando no Parlamento britânico, a primeira-ministra Theresa May agradeceu ao apoio dos aliados na ação conjunta e afirmou que o Reino Unido trabalhará junto no caso. “O Reino Unido andará lado a lado com seus aliados. Agradecemos a ajuda deles”.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que medidas adicionais podem ser tomadas no futuro: “Já hoje, 14 Estados-membros decidiram expulsar diplomatas russos”, afirmou Tusk, em coletiva de imprensa na cidade de Varna, na Bulgária. “Medidas adicionais, incluindo sanções dentro da estrutura comum da UE, não podem ser excluídas nos próximos dias e meses”.
Moscou nega qualquer responsabilidade pelo ataque de 4 de março contra Skripal, a primeira ofensiva com uso de agente nervoso na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O ex-espião, que é radicado em Salisbury desde 2011, foi encontrado desacordado ao lado da filha, Yulia, no banco de um shopping após visitar um restaurante local.
Uma investigação sobre o caso no Reino Unido ainda não acabou, sem conclusão anunciada. Ainda internadas, as duas vítimas do ataque podem ter sequelas graves, segundo autoridades do inquérito.