Mais de 100 mil pessoas participam das celebrações da Semana Santa em Bom Jesus da Lapa. Dentre os visitantes aguardados estão principalmente baianos e moradores de Goiás, Minas Gerais e Brasília. Localizado às margens do Rio São Francisco (a 780 quilômetros de Salvador), o município é um dos principais ícones do turismo religioso na Bahia e recebe 2,5 milhões de romeiros por ano.
De acordo com o reitor do santuário de Bom Jesus da Lapa, padre Devaldo Menez, o dia de maior movimentação será a Sexta-feira da Paixão (30). A data será marcada pela Via Crucis no Morro da Lapa, onde está instalado o santuário, às 6h. Outros momentos de emoção para os romeiros serão a Procissão do Senhor Morto e a encenação da Paixão de Cristo, a partir das 18h30.
De acordo com a prefeitura, a cidade dispõe de 102 meios de hospedagem. Um deles é o Hotel Real, que deve alcançar 80% de ocupação dos 36 apartamentos até sexta-feira, segundo o proprietário Joaquim Oliveira. Com 47 quartos, o Hotel La Grutta vai receber visitantes de Minas Gerais e Brasília, garantindo ocupação de, pelo menos, 70% das vagas.
Outro importante destino do turismo religioso neste período é Serrinha (190 quilômetros de Salvador). A programação religiosa teve início no último domingo, com a realização da Procissão de Ramos, e segue até a Páscoa (1º de abril). Segundo o diretor de Turismo da Prefeitura de Serrinha, Rafael Lauris, a média de ocupação dos 25 meios de hospedagem do município deve chegar a 90%.
O auge das celebrações na cidade é a Procissão do Fogaréu, realizada sempre na Quinta-feira Santa (29). Após a missa do Lava Pés, que relembra a Santa Ceia, fiéis saem da Catedral de Serrinha em direção à Colina Santa, onde é encenada a Paixão de Cristo. Todo o caminho é iluminado pelas chamas das velas que o público leva nas mãos. A administração municipal estima em cerca de 30 mil o número de participantes do evento, incluindo baianos de outras cidades.
A Procissão do Fogaréu é realizada em Serrinha desde 1930 e reproduz os relatos bíblicos dos últimos momentos de Jesus Cristo, da prisão até a morte. A manifestação religiosa foi avaliada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e já tem registro provisório como patrimônio do Estado. O próximo passo para o reconhecimento é a publicação de decreto-lei estadual para o registro definitivo no Livro de Eventos e Celebrações da Bahia.
Foto: Rita Barreto/Divulgação