24 de novembro de 2024
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Velejadores baianos são condenados a 10 anos de prisão em Cabo Verde

Velejadores baianos são condenados a 10 anos de prisão em Cabo Verde

Os velejadores brasileiros acusados de tráfico internacional de drogas, após serem presos com uma tonelada de cocaína em um barco, foram condenados a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde. As informações foram confirmadas ao site G1 por Alex Coelho, tio de um dos velejadores, Rodrigo Dantas.

A sentença foi anunciada na manhã desta quinta-feira (29), no tribunal da cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente. O julgamento teve início no dia 12 de março, quando os velejadores foram ouvidos. Foram condenados Rodrigo Dantas e outro velejador baiano, Daniel Dantas, além do gaúcho Daniel Guerra e o capitão da embarcação, de naturalidade francesa, Olivier Thomas.

Segundo Alex Coelho, o inquérito elaborado pela Polícia Federal brasileira foi desconsiderado pela Justiça. Os advogados dos velejadores vão recorrer da decisão e pedir o cancelamento do julgamento.

“O julgamento foi completamente tendencioso. Não foram aceitas provas, nem as testemunhas, nem a documentação da Polícia Federal brasileira, não foi levada em conta o conteúdo”, reclamou o tio de Rodrigo.

Os velejadores e o capitão são acusados de tráfico internacional de drogas por suspeita de terem levado a cocaína no veleiro que pilotavam com destino à Ilha de Açores, em Portugal.

Os familiares dos velejadores, no entanto, afirmam que eles não sabiam que a droga estava no barco e acreditam na inocência. Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação e a droga pode ter sido colocada no barco sem que eles soubessem. O Itamarati está acompanhando o caso.

“A Polícia Federal comprova que é impossível que isso tenha acontecido, flutuando em águas brasileiras na Baía de Todos-os-Santos, na Marina, ou na Marina do Rio Grande do Norte. Ou seja, impossível ser feito isso com o barco dentro da água”, destaca o tio de Rodrigo, Ubirajara Coelho.

Tudo começou após um anúncio de emprego na internet. Foi assim que Rodrigo Dantas, de 25 anos, decidiu encarar o desafio de atravessar oceano Atlântico para entregar um veleiro na Ilha de Açores, em Portugal.

O anúncio procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra.

Rodrigo e outro velejador baiano, Daniel Dantas, foram contratados pela mesma empresa, a Yatch Delivery Company, com sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Guerra se juntou à equipe. Antes de sair do Brasil em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal.

O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, na África, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação.

O barco pertence a um inglês, conhecido como Geoge Fox, que só foi apresentado à tripulação na véspera da viagem. Ele está sendo procurado.

Rodrigo ficou durante quatro meses em liberdade condicional em Cabo Verde mas foi preso novamente em dezembro do ano passado. “Rodrigo já vivia lá há quatro meses, cumprindo todas as determinações da lei, se apresentando regularmente para assinatura na polícia judiciária”, conta.

Durante todo esse tempo, o pai luta para provar que o filho não tem envolvimento com o crime. “Impossível fazer uma obra daquele porte para colocar 1.100kg de cocaína em um barco, depois de Rodrigo fazer o acesso ao barco. Impossível”, completa.




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