24 de novembro de 2024
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Salvador ganha Memorial com homenagens a Maria Quitéria e Padre Roma

Salvador ganha Memorial com homenagens a Maria Quitéria e Padre Roma

A Igreja de Sant’Ana, localizada no bairro de Nazaré, em Salvador, inaugurou neste domingo (08), durante missa especial, o Memorial Viva Sant’Ana em homenagem aos heróis Maria Quitéria e Padre Roma, personagens revolucionários que lutaram contra o domínio português no Brasil e cujos restos mortais se encontram no ossuário da igreja.

A baiana Maria Quitéria morreu em 21 de agosto de 1853; Padre Roma foi fuzilado em Salvador em 29 de março de 1817 e seu corpo foi levado à Sant´Ana por paroquianos que comungavam da sua luta. O memorial faz parte da restauração de todo ossuário da igreja, construída em 1747. Descendente do líder revolucionário morto na capital baiana, o ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Salvador, João Roma Neto, se fez presente a inauguração do memorial, ao lado de sua família e do presidente da Câmara de Salvador, o vereador Leo Prates.

Maria Quitéria (1792-1853) foi uma heroína na luta de reconhecimento da independência. Possuía grande habilidade no uso de armas de fogo e lutou como voluntária contra as províncias que não reconheciam Dom Pedro como imperador. Ela teve atuação destacada em lutas importantes. Foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul. Natural da fazenda Serra da Agulha, na freguesia São José de Itapororocas (hoje Feira de Santana), tornou-se exemplo de bravura nos campos de batalha, sendo promovida a cadete, em 1823. Ela faleceu em Salvador, no dia 21 de agosto de 1853, quase cega e em total anonimato.

Já o advogado pernambucano José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, conhecido como padre Roma, foi fuzilado no Campo da Pólvora, em Salvador, há 200 anos. Ele foi um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817. Viera à Bahia buscar apoio para o levante – irrompido três semanas antes em Recife – que pretendia derrubar a Monarquia, separar o Brasil de Portugal e implantar a República. A Revolução Pernambucana de 1817 forma, ao lado da Inconfidência Mineira (1789) e da Revolução dos Alfaiates, na Bahia (1798), o conjunto das maiores revoltas separatistas ocorridas no Brasil.

Segundo o pároco da igreja, padre Abel Pinheiro, no ossuário se encontram ainda os espólios de pessoas importantes para a sociedade da época e também diversos religiosos. Entre as famílias importantes, se destacam a família Caymmi (1903); família Brigadeiro Francisco Vieira de Faria Rocha (1833) e família Conselheiro João José de Almeida Couto, o Barão do Desterro (1900).

Nos séculos passados, lembra Abel Pinheiro, a Igreja Católica exigia que cada paróquia possuísse um cemitério contiguo. Já no século XX o cemitério transformou-se em ossuário. O costume só deixou de ser presente após a década de 1850, quando começaram a surgir as primeiras noções de higiene pública. Segundo teorias, o ar poluído pela decomposição dos corpos poderia disseminar doenças. O ossuário de Sant´Ana também abriga os espólios mortais de sacerdotes, como monsenhor Francisco Ayres de Almeida Freitas, monsenhor José Gilberto de Luma e monsenhor Eugênio Veiga.

Foto: Reprodução Instagram




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