O livro “Humberto de Campos — Um Exemplo de Vida”, do jornalista Almir de Oliveira, será lançado na quarta-feira da próxima semana, dia 25/04, a partir das 16h30, na Assembleia Legislativa da Bahia.
A obra é um estudo biográfico, político e literário do famoso autor maranhense, menino paupérrimo que aos 14 anos era um simples lavador de garrafas, aos 16 foi trabalhar nos seringais amazônicos e que apesar de ter apenas cursado até o segundo ano primário ainda hoje é considerado, ao lado de Machado de Assis, dos maiores autodidatas brasileiros de todos os tempos, tendo chegado à Academia Brasileira de Letras com apenas 33 anos. Foi o mais lido escritor de seu tempo.
Dotado de uma força de vontade incomum, Humberto “aprendeu sozinho latim, francês, espanhol e italiano para ler seus autores prediletos no original”, segundo informa o Assessor para Assuntos de Cultura da Assembleia, professor Délio Pinheiro, na apresentação do livro.
Em 1931, Humberto de Campos foi nomeado pelo presidente Getúlio Vargas (que era seu admirador, mas de quem Humberto era opositor político) como chefe da embaixada cultural brasileira que se fez presente à Argentina e ao Uruguai.
Um dos mais completos escritores nacionais, Humberto de Campos dedicou-se à poesia, ao conto, foi crítico e pesquisador literário, sobressaindo-se, entretanto, como memorialista e cronista. Criou o personagem Conselheiro XX, que era um reflexo da sociedade de seu tempo e por meio do qual trazia a público uma crônica galante, maliciosa e divertida, por muitos considerada como literatura fescenina. Assim, soube explorar com habilidade e graça os fatos mundanoos.
Mais de vinte anos após sua morte o nome de Humberto de Campos foi o centro de duas questões polêmicas: a primeira, quando do processo movido por seus familiares contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, devido aos livros atribuídos a ele e psicografados por intermédio do famoso médium (o capitulo 16 do livro historia essa inédita questão judicial), e o segundo em consequência do escândalo provocado pela publicação de seu “Diário Secreto”. Humberto faleceu com apenas 48 anos de idade.