25 de novembro de 2024
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Presos da Lava Jato no Rio serão transferidos de Benfica para Bangu

Presos da Lava Jato no Rio serão transferidos de Benfica para Bangu

Decreto do interventor da segurança pública do Rio, general Walter Souza Braga Netto, publicado nesta segunda-feira (7) no Diário Oficial determinou alterações nos presídios do Rio. Segundo a assessoria da Seap, as transferências já estão sendo realizadas e, ainda nesta tarde, 98 presos de Benfica vão para Gericinó. No complexo de presídios está o ex-governador Sérgio Cabral, recolhido em Bangu 8.

Na lista estão todos os presos da Lava Jato. Ente eles, os ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo e Edson Albertassi, além de Felipe Picciani, filho do presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani, que desde o fim de março cumpre prisão domiciliar graças a decisão do STF.

Decreto que ordenava a transferência havia sido publicado quinta-feira passada (3), mas foi retificado e republicado hoje. Em março deste ano, o Ministério Público do Rio descobriu seis quartos, como os de um motel, na Cadeia Pública de Benfica. Denúncia anônima levou a seis quartos com aparelhos de televisão, banheiros com piso de porcelanato, paredes pintadas – uma delas tem até um coração – e luzes vermelhas no teto.

“Piso, televisão, isso não é normal nas outras unidades prisionais”, afirmou à época o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem.

Os advogados do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência dele do presídio de Bangu, conhecido por abrigar presos comuns e integrantes de facções criminosas, para a cadeia de Benfica.

“A Cadeia Pública José Frederico Marques (Benfica), foi adaptada e toda remodelada – à custa de farto dinheiro público – justamente para abrigar os chamados ‘presos da Lava Jato’. Não é por outro motivo que todos – todos – os presos por decisões proferidas nesses processados se encontram custodiados exatamente em Benfica, unidade, como dito, reerguida com a estrita finalidade de guardá-los”, alegou a defesa do ex-governador.

Os advogados também alegam risco à segurança de Cabral em Bangu 8, pelo contato dos familiares que o visitam com parentes de outros presos.

O ex-governador havia sido transferido em janeiro para Curitiba por causa de série de regalias encontradas no presídio de Benfica:

– Videoteca: tentativa de instalação de um home theatre no presídio de Benfica, forjando uma doação dos equipamentos através de uma igreja;

– Academia: aparelhos de musculação de “bom padrão como halteres e extensores de uso exclusivo”, o que não é permitido;

– Quitutes: produtos de delicatessen como queijos, frios e bacalhau. Há resolução da Seap contra alimentos in natura;

– Colchões: camas utilizadas na Rio-2016, padrão distinto dos distribuídos pela Seap;

– Escolta: em Bangu, segundo o MP, Cabral teve livre circulação, com a proteção de agentes penitenciários;

– Visitas: recebeu, fora do horário permitido, o filho Marco Antônio Cabral e outros deputados;

– Encomendas: Recebimento direto, o que é proibido, e sem vigilância em “ponto-cego”.

A transferência gerou o episódio das algemas, e Cabral já depôs no inquérito.




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