Um grupo de deputados ateou fogo na bandeira dos Estados Unidos, nesta quarta-feira, na sede do Parlamento do Irã, assim como em um documento que representava o acordo nuclear, em protesto pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de se retirar do pacto.
O parlamentar conservador e chefe do comitê nuclear, Moytaba Zolnuri, subiu na tribuna do plenário e, antes de queimar a bandeira americana, gritou o lema revolucionário: “morte aos EUA”.
Outros deputados saudaram com entusiasmo a queima da bandeira e gritaram: “Vocês incendiaram o JCPOA (sigla em inglês do pacto) e nós queimamos a bandeira de vocês”.
Este gesto simbólico acontece no dia seguinte ao anúncio de Trump de que os EUA deixam o acordo assinado em 2015 entre Irã e seis grandes potências e que voltará a impor sanções econômicas contra o Teerã.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou ontem à noite que o Irã “continuará” no acordo nuclear se seus interesses estiverem garantidos, e tomará “decisões” mais adiante em caso contrário.
Entre essas medidas, Rohani advertiu que o Irã pode voltar a enriquecer urânio a “nível industrial”.
O objetivo agora é conversar com os demais signatários do pacto – Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha – para comprovar se preservarão o acordo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, informou que “em resposta às persistentes violações dos EUA e a retirada ilegal do acordo nuclear “vai realizar” um esforço diplomático para descobrir se os outros signatários do JCPOA podem garantir seus benefícios completos para o Irã”.
“O resultado (dessas consultas) determinará a nossa resposta”, disse Zarif, em sua conta do Twitter, alinhado com o anúncio feito pelo presidente.
O JCPOA limita o programa nuclear de Teerã em troca do levantamento de sanções, mas, segundo Trump, é “desastroso” e não cumpre seu objetivo de o Irã não conseguir a bomba atômica.
Iranian lawmakers set fire to a US flag in parliament and chanted "death to America" after US President Donald Trump pulled out of the nuclear pact https://t.co/PFvoMl3zI5 pic.twitter.com/CeHQSr2pLp
— CNN International (@cnni) 9 de maio de 2018