A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reuniu-se com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, na tarde desta terça-feira (15) para conversar sobre eleição.
Segundo Siqueira, a conversa girou em torno de possíveis alianças nos estados, já que no plano nacional o PT está irredutível quanto à estratégia de manter a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Um integrante da cúpula do PT afirma que as pesquisas têm confirmado que o melhor é manter Lula candidato.
“Falamos apenas de estados em que pode haver interesse de PSB e PT se juntarem. No quadro nacional, o PT vai manter a candidatura de Lula até onde der, vão tentar registrar a candidatura dele. A gente tem que respeitar”, conta Siqueira.
Nos cenários sem Lula da pesquisa CNT divulgada na segunda-feira, dispara o número de brancos e nulos, chegando a 30%. Para os petistas, isso mostra que Lula, mesmo preso, tem conseguido manter coeso um percentual significativo do eleitorado, que na visão do partido, teria grandes chances de migrar para o escolhido de Lula quando sua candidatura for efetivamente inviabilizada.
“Nós ficamos eufóricos com o resultado da pesquisa. Mostra que a nossa estratégia, até do ponto de vista eleitoral, está correta. Confirma para nós que o melhor é irmos com Lula até o fim para termos força para a hora de indicar alguém. Seria burrice desistir de Lula agora”, conta um grão petista.
Nas articulações do PT com aliados nos estados, Pernambuco ainda aparece como um nó. O PSB quer fazer uma aliança com PT para que a pré-candidata petista Marília Arraes abra mão de sua pretensão de concorrer ao governo em prol da reeleição do pessebista Paulo Câmara, e concorra a deputada federal. Mas o PT ainda resiste, pois Marília aparece bem posicionada nas pesquisas. Em Minas Gerais o ex-prefeito Mácio Lacerda (PS ) também seria um empecilho a um apoio dos pessebistas à reeleição do governador petista Fernando Pimentel.
PT e PSB estarão do mesmo lado no Ceará, pela reeleição do petista Camilo Santana. Mas o presidenciável Ciro Gomes (PDT) também está atrelado a essa chapa, que terá os candidatos Cid Gomes e Eunício Oliveira concorrendo pelo Senado. As articulações do pedetista vêm acendendo o sinal amarelo entre os petistas, pois no Nordeste ele vem pavimentando o caminho para ocupar o lugar de Lula na preferência do eleitorado. Com a desistência do ex-ministro Joaquim Barbosa de se lançar ao Palácio do Planalto pelo PSB, há uma forte tendência de os pessebistas aderirem à campanha presidencial de Ciro.
“Nossa preocupação agora é fazer uma barragem para que o nosso pessoal não vá para o Ciro”, explica o petista.