26 de novembro de 2024
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Aliados de Dória cobram repasse de verba mais generoso do PSDB

Aliados de Dória cobram repasse de verba mais generoso do PSDB

Matéria publicada pela Folha de São Paulo neste domingo (20) informa que aliados do pré-candidato a governador João Doria (PSDB) se ressentem da indisposição do presidenciável tucano Geraldo Alckmin, de quem cobram um repasse mais generoso do fundo eleitoral do PSDB para o diretório paulista.

Em reunião dias atrás, segundo relatos, Alckmin se negou a debater distribuição de recursos, aumentando a insatisfação no grupo de Doria com o que veem ser uma falta de empenho do ex-governador na candidatura do afilhado político. Citam, por exemplo, sua recusa em citá-lo publicamente ou em percorrer o estado a seu lado.

A relação entre os dois se desgastou depois da tentativa de Doria de se viabilizar candidato à Presidência ao longo de 2017. Alckmin tentou evitar que o ex-prefeito disputasse inclusive o governo paulista, mas Doria insistiu e venceu as prévias partidárias.

Conselheiros do ex-prefeito querem que o partido banque a campanha estadual, cujo limite legal é de R$ 21 milhões, sem que o tucano tenha de desembolsar recursos próprios, como fez em 2016.

O grupo pleiteia um repasse de quase R$ 28 milhões, em que a diferença seria destinada a eventual campanha tucana para o Senado.

Auxiliares de Alckmin consideram a proposta despropositada. Afirmam que a prioridade é eleger deputados federais e campanhas como a de Antonio Anastasia ao governo de Minas, já que São Paulo tem mais de 150 prefeituras comandadas pelo PSDB, que podem ajudar na campanha.

Doria lidera as pesquisas de intenção de voto para o Bandeirantes –seria o escolhido por 29% dos paulistas, segundo sondagem de abril do Datafolha. Paulo Skaf (MDB) marcou 20%, Márcio França (PSB), 8% e Luiz Marinho (PT), 7%.

Segundo o entorno de Doria, o tesoureiro do partido, deputado Silvio Torres, aliado de Alckmin, avisou que o partido repassará 30% do teto legal de gastos a cada campanha a governador do país, o que em São Paulo corresponde a R$ 6 milhões.

Cada estado tem seu próprio limite, calculado em função do colégio eleitoral.

Presidente nacional do PSDB, Alckmin decidiu dividir em três terços os R$ 210 milhões disponíveis do partido para a eleição.

Pela divisão, o primeiro terço, R$ 70 milhões, será destinado à campanha de Alckmin à Presidência, alcançando, assim, o teto legal das candidaturas nacionais neste ano.

O segundo terço será destinado a candidatos a governador e a senador. O diretório paulista elaborou uma sugestão em que Anastasia receberia R$ 13 milhões (o limite legal é de R$ 14 milhões) e Eduardo Leite, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, R$ 7 milhões (teto de R$ 9 milhões).

As contas foram feitas com base nas bancadas federais eleitas por cada estado. Por esse critério, apenas São Paulo receberia acima do limite legal de campanha.

“Desidratar o PSDB de São Paulo poderá prejudicar o nosso candidato a governador e os nossos candidatos a deputado”, disse o secretário-geral, Cesar Gontijo. “Isso só favoreceria o principal oponente do nosso partido, adversário que detém a máquina”, concluiu, referindo-se ao governador Márcio França (PSB).

O terceiro terço da verba eleitoral do PSDB será destinado a campanhas à reeleição de deputados federais. A bancada estadual paulista cobra repasses de R$ 1 milhão para cada deputado, o teto legal.

“Em São Paulo somos 45% dos estaduais do PSDB do país. Essa divisão vai nos atingir em cheio”, reclamou o líder tucano na Assembleia, Marco Vinholi. “Temos expectativa de ter acesso justo ao fundo, inclusive porque somos nós que carregamos a eleição nacional e estadual nas costas.”

O tesoureiro Silvio Torres afirmou que “a executiva do PSDB já aprovou a divisão em três partes, mas ainda não definiu a parte que poderá ser destinada a deputados no Brasil”. Sobre a reavaliação dos repasses a Doria, disse que caberá à executiva analisar.




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