O café é tão querido pelos brasileiros que foi criada uma data especial, o Dia Nacional do Café, celebrado nesta quinta-feira (24), para homenagear a segunda bebida mais consumida no país, ficando atrás somente da água. Quarto maior produtor brasileiro de café, a Bahia é referência pela qualidade do produto e também destaque em prêmios internacionais. Apesar da seca, a estimativa é uma safra de 3 milhões e meio de sacas total este ano.
De acordo com João Lopes, presidente da Assocafé (Associação de Produtores de Café da Bahia), apesar da seca, os produtores têm mantido a qualidade do produto. “A manutenção da qualidade é nosso maior motivo de comemoração, graças a isso, a Chapada Diamantina tem ganho notoriedade com a produção de cafés especiais. Prova disso são os concursos ganhos por diversos produtores da região”, afirma Lopes.
“Apesar da seca, o povo baiano é muito batalhador e sempre procura uma forma de superar as dificuldades. Fico feliz em saber que apesar de tudo, nosso café, muitos deles vindo da agricultura familiar, é tão premiado”, afirma Luiza Maia, secretária de Desenvolvimento Econômico.
Prêmios – A vencedora do 14º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café 2018 é do município de Piatã. O microlote de café cereja descascado, da cafeicultora Letícia Alcântara, produzido na Fazenda Divino Espírito Santo, teve uma nota final de 8,62 pontos (em uma escala de 0 a 10). O segundo foi para Antônio Rigno de Oliveira, que obteve 8,57 pontos e é do mesmo município.
Quatro produtores baianos também se destacaram no Cup of Excellence Brazil 2017, na fase internacional da categoria cereja descascada, concurso realizado pela BSCA – Cafés Especiais do Brasil. O microlote de café produzido no sítio Cafundó, em Piatã, de Gilliarde Torres de Oliveira, ficou em 9º lugar com nota final 88,47 (em uma escala de 0 a 10).
O 18º lugar foi do sítio Santo Antônio, também em Piatã, de Antônio Macedo Souza, que atingiu a nota 87,30. A Fazenda Progresso de Mucugê ficou em 20º lugar com 87,17 e o 22º foi para Antônio Rigno de Oliveira, o ganhador do segundo lugar da ABIC. Seu café atingiu a nota 86,93.
O Sul da Bahia também traz boas notícias, de acordo com a Assocafé, apesar da seca, a região atingirá uma safra recorde com aproximadamente 2 milhões e meio de sacas do café conillon e isso dará um pouco de fôlego ao café baiano. “Nossa estimativa era uma safra total para o estado de mais de 4 milhões de sacas, mas por causa da seca, a previsão é menor. Atualmente o esperado são 3 milhões e meio de sacas total na Bahia”, afirma o presidente da associação.
Apesar do Dia Internacional do Café ser celebrado em 14 de abril, desde 2005, o dia 24 de maio foi incorporado ao calendário brasileiro como o Dia Nacional do Café. A iniciativa foi da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) e simboliza o começo da colheita na maioria das regiões cafeeiras do Brasil.
Certificação – E se o assunto é qualidade, a ABIC traz uma novidade que será lançada no Dia Nacional do Café. A campanha “Café certificado sempre vai bem” pretende aumentar a oferta e procura por cafés certificados e garantidos quanto à qualidade, seja entre os tipos Extra Fortes e Tradicionais, como os Superiores e Gourmets, que são as diferentes categorias de qualidade do produto no Brasil.
Segundo Antonio Roberto Almeida, presidente do Sindicato da Indústria de Café (Sincafé), a campanha contará com o apoio do sindicato baiano. “O intuito é melhorar e incentivar a oferta de café certificado ao cliente. Isso será um incentivo para a indústria buscar no mercado os melhores cafés e manter um blend que contemple um produto de boa qualidade. Acredito que a campanha ajude a melhorar gradativamente o café encontrado nas gôndolas do grande varejo”, afirma Almeida.