Com a saída de Pedro Parente da presidência, a Petrobras perdeu só nesta sexta-feira (1º), R$ 40,9 bilhões em valor de mercado. A estatal terminou o dia avaliada em R$ 230,5 bilhões, contra R$ 271,4 bilhões no pregão anterior, segundo dados da provedora de soluções financeiras Economatica.
A perda corresponde ao valor de toda a empresa de papel e celulose Fibria na bolsa, avaliada em R$ 39,3 bilhões nesta sexta.
Desde o início da greve dos caminhoneiros, a Petrobras perdeu R$ 137 bilhões, quase o equivalente ao valor de mercado do banco Santander, de R$ 133,7 bilhões. Na máxima do ano, em 16 de maio, a empresa chegou a valer R$ 388,8 bilhões.
Apesar do tombo nos últimos dias, as ações da petroleira ainda estão em situação melhor do que há dois anos. No dia 1º de junho de 2016, quando Parente tomou posse, a companhia estava avaliada na bolsa em R$ 123,3 bilhões.
A estatal agora ocupa o 4º lugar no ranking das empresas com maior valor de mercado, atrás da Ambev, Vale e Itaú Unibanco.
O pedido de demissão de Parente ocorre em meio aos desgastes e pressões sofridos por ele durante a greve dos caminhoneiros e petroleiros. A política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras na sua gestão, com reajustes quase diários no valor dos combustíveis, acompanhando os preços internacionais do petróleo, foi alvo de críticas durante os protestos .
Desde julho do ano passado, quando a nova política entrou em vigor, o preço da gasolina e do diesel vendido nas refinarias disparou mais de 50%. Esse aumento foi um dos pontos mais criticados na paralisação dos caminhoneiros. A política, porém, trouxe credibilidade à estatal no mercado.
Com a saída de Parente, as ações da Petrobras caíram quase 15% nesta sexta-feira. As ações preferenciais, que dão preferência na distribuição de dividendos, caíram 14,86%. Já as ações ordinárias, que dão direito de voto em assembleias da empresa, tiveram queda de 14,92%.