Maior medalhista do skate na história dos X Games, com um total de 30 medalhas, o brasileiro Bob Burnquist, 41 anos, protagonizou uma cena que causou espanto na sede do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em março deste ano, durante a eleição para a escolha do vice-presidente da entidade. Ele fez um pedido inusitado a Paulo Wanderley, presidente do comitê nacional e que comandava a assembleia extraordinária naquele dia. “Posso ir de skate até aí?”, perguntou.
Além de ídolo do esporte, Burnquist é presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), uma das cinco novas integrantes do programa de competições na Olimpíada de Tóquio, em 2020.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o skatista fala sobre a vida de cartola e como vem encarando problemas espinhosos, como os casos de doping de integrantes da seleção brasileira. Um deles, Pedro Barros, foi flagrado com substância derivada da maconha em exame realizado em janeiro. Barros é um dos melhores do mundo na modalidade park.
“Acho que substâncias como THC ou o Canabidiol não deveriam estar na lista da Wada (Agência Mundial Anti-Dopagem), mas elas estão. Se queremos fazer parte do movimento olímpico, enquanto elas estiverem na lista, temos que respeitar as regras. Não pode usar em competição, simples assim.Mas em minha opinião, deveríamos iniciar um movimento para que ela deixe de ser considerada proibida pela Wada. A cannabis em si é uma substância que ajuda no combate a dor e a não usar os opioides. Existem certos opioides que não são doping, mas te viciam, te estragam o organismo. A pior coisa a fazer é consumir este tipo de remédio. Já a cannabis, que é natural, não tem efeito colateral e acaba sendo a melhor forma de lidar com a dor, não pode. Mas enquanto estiver no código antidoping, tem que prestar atenção, regra é regra”, disse.
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