O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou neste sábado (9) seu apoio à declaração final da Cúpula do G7, em uma briga comercial na qual chamou Justin Trudeau, o líder canadense que presidiu a reunião, de fraco e desonesto.
“Baseado nas falsas declarações de Justin em sua conferência de imprensa e em que o Canadá cobra tarifas enormes a nossos fazendeiros, trabalhadores e companhias, ordenei a nossos representantes não apoiarem o comunicado”, tuitou Trump do avião que o levava ao encontro com o líder da Coreia do Norte, Kin Jong-un, em Singapura.
Trump também reiterou a ameaça de impor tarifas “aos carros que inundam o mercado americano”, uma decisão que aponta inicialmente para a Alemanha, outro membro proeminente do G7.
Ao deixar o encontro antes do fim, Trump tinha um tom conciliador, mas ameaçou deixar de fazer comércio com aqueles países que mantenham tarifas às exportações americanas.
No encerramento, as sobretaxas americanas à importação de aço e alumínio foram fortemente criticadas pelo primeiro-ministro do Canadá. Segundo ele, trata-se de um “insulto” que provocará retaliação a partir do próximo mês.
“É com pesar, mas com absoluta clareza e firmeza, que avançaremos com medidas retaliatórias em 1º de julho, aplicando tarifas equivalentes àquelas que os americanos aplicaram injustamente a nós”, afirmou Trudeau.
“Os canadenses são educados e razoáveis, mas não seremos intimidados”, rebateu Trump.
Comunicado – Mais cedo, o G7 havia divulgado um comunicado final em que fala de um “consenso” para reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias no comércio mundial, além de diminuir subsídios.
Em uma tentativa de apaziguar os ânimos, a carta também se comprometeu a “modernizar” a Organização Mundial do Comércio (OMC) para torná-la “mais justa o mais rápido possível”.
O comunicado foi anunciado por Trudeau, que presidiu dois dias de discussões tensas entre Estados Unidos, por um lado, e Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá, pelo outro.
Trump irritou seus parceiros do G7 com sua agenda “América Primeiro” e prometeu se manter firme até que os produtos norte-americanos tivessem acesso “justo” aos mercados.