A Braskem anunciou nesta sexta-feira (15) que sua controladora, a Odebrecht S.A., iniciou negociações para vender a totalidade da sua participação na petroquímica para a holandesa LyondellBasell.
Segundo o fato relevante divulgado pela companhia ao mercado, “as negociações estão em estágio preliminar e foi concedida exclusividade à LyondellBasell no âmbito das tratativas, que são regidas por acordo de confidencialidade”.
A Braskem informou ainda que a conclusão do negócio está sujeita, dentre outras condições, “a due diligence, negociação dos contratos definitivos e obtenção das aprovações societárias, não existindo, nesta data, qualquer obrigação vinculante entre LyondellBasell e Odebrecht S.A.”.
A Braskem é controlada atualmente pela Odebrecht, que possui 50,1% das ações com direito a voto. A Petrobras possui 47% do capital votante da petroquímica.
Em comunicado conjunto, as empresas afirmam compartilhar de uma forte cultura de excelência operacional e legados de inovação. “Acreditamos que a potencial combinação das forças complementares, portfólios de produtos e áreas operacionais de LyondellBasell e Braskem criariam um valor significativo aos nossos acionistas, clientes e colaboradores”, destacam.
Caso a transação seja concretizada, serão garantidas aos demais acionistas da Braskem as mesmas condições que vierem a ser negociadas para a Odebrecht, disse a Braskem.
Na avaliação do Credit Suisse, a notícia é positiva para a Petrobras, uma vez que pode facilitar o desinvestimento da estatal na petroquímica, destaca a Reuters.
Em comunicado separado, a Petrobras disse que vai avaliar o exercício de direitos previstos no acordo de acionistas da Braskem, caso a operação seja concretizada.
Em outubro do ano passado, jornal “Wall Street Journal” publicou reportagem informando que a holandesa Lyondellbasell teria feito uma aproximação para comprar o controle da Braskem. Na ocasião, a Odebrecht afirmou a intenção de manter a Braskem como parte dos investimentos do grupo.
A venda da participação da Odebrecht na Braskem ocorre em meio as dificuldades de caixa do grupo na esteira dos impactos da operação Lava Jato. A holding já saiu de vários negócios e espera levantar ao todo R$ 12 bilhões com o seu programa de vendas de ativos (que não inclui a Odebrecht Transport).
No final de maio, a Odebrecht S.A. nunciou acordo para receber empréstimo de R$ 2,6 bilhões junto aos maiores bancos do país e usar parte dos recursos para pagar bônus vencidos de sua construtora, perto do fim do prazo para empresa ser declarada como inadimplente.
Perto das 10h55, as ações ordinárias da Braskem subiam 21%. Em valor de mercado na Bolsa, a Braskem está avaliada atualmente em cerca de R$ 33 bilhões, o que faz da companhia a 15ª maior empresa com ações negociadas na B3.
Desde agosto do ano passado, a Braskem passou a adotar um novo logotipo, seguindo a nova estratégia anunciada pela Odebrecht de promover alterações nas marcas e na comunicação visual das unidades de negócio do grupo. Com a mudança, sai o “vermelho Odebrecht” e entram as cores azul e amarelo.
Após o abalo provocado pela Lava Jato, a Odebrecht decidiu retirar o nome “Odebrecht” de diversas unidades de negócio. A Odebrecht Óleo e Gás mudou para Ocyan, a Odebrecht Realizações Imobiliárias passou a se chamar OR e a Odebrecht Agroindustrial virou Atvos.
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