22 de novembro de 2024
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Mangabeira Unger: “Não vejo o Democratas como direita”

Mangabeira Unger: “Não vejo o Democratas como direita”

Um dos principais conselheiros do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, o filósofo Mangabeira Unger, professor de direito na Universidade de Harvard, disse que o DEM deve ser visto como um parceiro prioritário na eleição presidencial. Ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva – atualmente preso e condenado na Lava Jato – e da presidente cassada Dilma Rousseff, ele também cobrou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o apoio do PT ao pedetista.

“A candidatura do Ciro Gomes deve ter dois lados. De um lado, é uma candidatura de centro-esquerda, que prioriza as alianças com partidos desse campo, a começar pelo PSB e PCdoB. O outro lado: a candidatura de Ciro não deve ser vista apenas como de centro-esquerda. Ela deve se oferecer também como agente social mais importante do Brasil de hoje, que são os emergentes. Quem são eles? Em primeiro lugar, é uma pequena burguesia empreendedora mestiça e morena que luta para abrir e manter pequenos negócios. Em segundo lugar, é uma massa de trabalhadores ainda pobres, mas que mantém dois ou três empregos. Em terceiro, é a multidão que é maioria pobre que já tem os olhos vidrados na vanguarda dos emergentes. Há determinados partidos que estão em diálogo com essa realidade social”, afirmou.

Ele cita como exemplo o Democratas (DEM): “Não vejo o Democratas como direita ou centro-direita. Eles são o partido dos empreendedores regionais. Têm raízes nessa estrutura produtiva descentralizada do País. Pelo contrário, o PSDB, que muitas vezes é visto como um partido à esquerda do Democratas, me parece estar à direita do DEM. Está comprometido com o receituário tradicional do chamado Consenso de Washington. Com uma política social meramente compensatória e um colonialismo mental e cosmopolita. Isso que é direita. Não considero que uma aliança com o Democratas seja apenas um oportunismo tático. Vejo consistência em manter uma candidatura que tem esses dois lados, que não estão em contradição. Não podemos nos permitir abusar do sectarismo ideológico”.




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