Em resposta ao acordo entre o Centrão e Geraldo Alckmin, o PCdoB pediu a união — já no primeiro turno — entre os partidos de esquerda PT, PDT, PSB e PSOL, registra a Folha de S. Paulo.
O documento, chancelado pela direção nacional da sigla, conclama PT, PDT, PSB e PSOL a se unirem “desde já” no momento em que os partidos lançam candidatos próprios e, ao mesmo tempo, são alvo de investidas dos mais bem posicionados nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT).
Apesar do documento, a avaliação é de que será muito difícil formar uma aliança de esquerda diante das divergências e interesses de cada partido.
O próprio PCdoB, por exemplo, pode lançar Manuela D’Ávila ao Planalto, mas também negocia acordo com o PT, considerado hoje mais natural para a legenda, ou com o PDT de Ciro Gomes.
O PSB, por sua vez, está mais próximo a Ciro ou pode declarar neutralidade, posição em que cada estado fará seu arranjo político de acordo com interesses regionais, sem uma aliança nacional formalizada.
Por fim, o PSOL deve ser o único a manter a candidatura de Guilherme Boulos até o fim da disputa.
Pelo menos até a convenção nacional do PC do B, em 1 de agosto, o discurso de dirigentes será o de que a união das legendas de esquerda se torna ainda mais importante após o acordo firmado entre o centrão —formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade— e Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB ao Planalto.
A aliança deu ao tucano cerca de 4 minutos e meio na propaganda de TV e fôlego à sua campanha, que estava desacreditada e empacada há meses com 7% nas pesquisas.