Na reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta quarta-feira (01), o presidente Angelo Coronel (PSD) homenageou o artista plástico baiano Mário Cravo Júnior com um minuto de silêncio e uma salva de palmas. Cravo faleceu nesta terça-feira, aos 95 anos.
“Mário Cravo Jr., ao lado de Carybé, Carlos Bastos, Jorge Amado e Caymmi, foram responsáveis pela difusão da Bahia como polo cultural, artístico e turístico do Brasil. A Bahia, neste instante, fica um pouco menos iluminada, com a perda de um mestre e de um gênio das artes. Meu abraço solidário, e de todos os parlamentares da ALBA, aos familiares e amigos de Mário Cravo Jr. por este momento de muita tristeza”, disse Angelo Coronel.
O chefe do Legislativo já apresentou uma moção oficial de pesar pelo passamento do escultor, pintor, gravador e desenhista que, segundo Coronel, está na galeria dos grandes artistas plásticos baianos de todos os tempos. “Era também o pai de Mário Cravo Neto, grande fotógrafo, desenhista e escultor, dedicado à temática afro-brasileira, falecido em 2009. Para mim, a imagem clássica de Cravo é a fotografia em que ele aparece com uma máscara de soldador e um maçarico na mão. Parecia um chapista de automóvel, mas era um originalíssimo artista em pleno exercício de sua criatividade. E ele não era um artista de galeria: sua arte é popular, está nas ruas e praças de Salvador”, declarou o presidente da ALBA.
Coronel lembrou que a mais conhecida delas, a “Fonte da Rampa do Mercado”, é chamada popularmente por muitos baianos como “as bundas de Mário Cravo”, numa alusão ao formato de glúteos da escultura de fibra de vidro, com 16 metros de altura, e que, desde 1970, é um dos cartões postais da Bahia, na Praça Cairu, ao lado do Mercado Modelo e em frente à Baía de Todos os Santos.
Outro monumento que marca a presença de Cravo na capital da Bahia, onde ele nasceu, em 1923, é a Cruz Caída, erguida em 1999, na Praça da Sé, para marcar a indignação do artista contra a destruição da Sé primacial, nos anos 1930, para abrir as portas da velha cidade a novas avenidas. “Parodiando Caetano Veloso, a Cruz Caída é uma espécie de aviso permanente de que o ‘progresso não pode destruir coisas belas’, símbolos que representam a nossa identidade, a nossa história e a nossa cultura”, argumenta Coronel.