A senadora gaúcha Ana Amélia (PP), 73, aceitou na tarde desta quinta-feira (2) ser vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) para disputa pelo Palácio do Planalto.
A informação foi confirmada à Folha por lideranças de dois partidos que integram a aliança do PSDB. Ana Amélia ainda está reunida com aliados em seu gabinete no Senado. Ela havia sido procurada por Alckmin na quarta (1º) e prometido uma resposta ainda nesta quinta.
Ao longo do dia, o pré-candidato do PSDB e representantes do centrão —DEM, PP, PR, PRB e SD— negaram repetidamente que tivessem feito o convite à gaúcha.
Depois de ser rejeitado pelo empresário Josué Alencar (PR), Alckmin e seus aliados não queriam sofrer o desgaste de uma nova recusa.
O ex-governador de São Paulo se esforçava para chegar à convenção de seu partido, no sábado (4), já com o posto de vice definido.
O nome de Ana Amélia não é consenso em seu partido e também entre siglas do centrão. Embora Ciro Nogueira diga não haver veto à gaúcha, correligionários reconhecem a total falta de entrosamento entre a senadora e a cúpula do partido.
Além da presidência da legenda com o senador do Piauí, cabe ao paraibano Aguinaldo Ribeiro a liderança do governo na Câmara, e ao alagoano Arthur Lira a liderança do PP na Casa.
Outra preocupação é que, ao levar um quadro do partido para a Vice-Presidência, Alckmin queira diminuir o espaço que o PP tem hoje na Esplanada dos Ministérios.
Eduardo, o Jorge – O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, confirmou à Folha que o ex-deputado Eduardo Jorge (PV) será vice de Marina Silva (Rede) na disputa pela Presidência da República.
Dirigentes dos dois partidos se reuniram mais cedo em São Paulo para discutir a aliança. Segundo Penna, os entraves que impediam a coligação foram resolvidos e o PV confirmará o apoio à Rede.
“O partido majoritariamente aceitou a vice da Marina”, disse o dirigente. Os acordos estaduais do PV que já estavam fechados serão mantidos, segundo ele. “A Rede concordou. A atitude foi de colaboração.”
A Rede fará neste sábado (4), em Brasília, a convenção que lançará a candidatura da ex-senadora. A presidenciável disse, em transmissão via redes sociais na tarde desta quinta (antes da confirmação pelo PV), que Eduardo foi um nome sugerido por ela e que ele tem o perfil complementar desejado pelo partido para ajudar a ampliar o alcance de suas propostas.
O médico sanitarista Eduardo Jorge, que em 2014 foi candidato à Presidência pelo Partido Verde, afirmou nesta semana que “não tem lógica que dois partidos tão semelhantes fiquem separados numa situação [do país] tão complicada”.