Elegantemente sofisticado, como diz seu slogan, o bloco Cortejo Afro marcará a segunda edição da Feira de Empreendimentos Negros Solidários, agendada para acontecer nos dias 4 e 5 de agosto (sábado e domingo), das 10h às 20h, na Praça Pastores da Noite, no Pelourinho, em Salvador. O show da agremiação, uma das mais ilustres do Carnaval soteropolitano, acontecerá no sábado, primeiro dia do evento. Vestuário, acessórios, música, dança, teatro, gastronomia, espaço para crianças e muitas outras atrações também integrarão os dois dias da feira.
Os djs Nai Sena e Jarrão, os grupos Samba de Verdade e Vitrine Cultural, o cantor Marquinhos Marques e o compositor, intérprete e artista plástico Raimundo Bida também se apresentarão no evento. A iniciativa, idealizada pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN) e financiada pelo Edital Bahia Década Afrodescendente, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), tem o objetivo de apresentar para o grande público produtos de economia solidária idealizados por empreendedores negros.
Além de comercializar seus produtos em barracas estilizadas, os empreendedores também expõem as obras para turistas e baianos na Loja Colaborativa do CEN, localizada no casarão número 25 da Rua das Laranjeiras, no Pelourinho. O espaço de comercialização funciona diariamente, das 8h às 18h, no andar térreo do mesmo prédio, onde fica sede do CEN.
Os alunos do curso profissional da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) também se apresentarão na atividade. Com a coreografia ‘Fragmentos de Negra Fé e Vozes D’África’, elaborada pelos coreógrafos Ed Cruz e Rafael Alexandre, os dez estudantes mostrarão seu talento no final da manhã de domingo. No sábado, os alunos da Funceb apresentarão a coreografia ‘Back Virado’, elaborada por Matheus Ambrozi.
Projeto – Financiado pela Sepromi, a Feira de Empreendimentos Negros Solidários tem apoio da Rede Bahia, da empresas Threeng Criativa e Hora Brito Arquitetura, da incubadora de projetos Salvador Meu Amor, da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), órgão da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA).
A iniciativa é destinada prioritariamente a jovens e mulheres, grupos representam 76% e 52% dos empreendimentos selecionados, respectivamente. Durante o período do projeto, eles passam workshops sobre temas relativos aos três eixos da Década Estadual de Afrodescendentes e sobre empreendedorismo e administração, com formação técnica para que cada microprodutor leve à frente seus negócios.
As Feiras de Empreendimentos Negros Solidários foram pensadas pelo Coletivo de Entidades Negras respeitando as tradições afro-brasileiras, sem perder de vista o olhar transgeracional e o recorte de gênero e raça que são exigidos para se debruçar sobre a sociedade brasileira. A reunião de elementos culturais, estéticos, urbanísticos, ancestrais e tradicionais sinaliza o quão rica é a cultura negra do Brasil e o quanto de dedicação e investimentos são necessários para diminuir o abismo das desigualdades raciais do País.
Esta proposta ganha ainda mais relevância socioeconômica a partir do momento que alinha uma estratégia de combate à pobreza, pautada nos princípios da economia solidária, com as políticas de gênero, de juventude, de promoção da igualdade racial e de desenvolvimento sustentável, contemplando negros, jovens, comunidades tradicionais e mulheres negras.