Técnico do Cruzeiro, Mano Menezes foi o principal convidado desta segunda-feira (6) do programa “Bem Amigos”, apresentado por Galvão Bueno no canal esportivo SporTV. Em um de seus primeiros comentários, o treinador analisou o desempenho fraco de Gabriel Jesus na Copa do Mundo da Rússia e admitiu ter opinião que causa “certa polêmica”.
Para Mano, o que prejudicou Jesus foi o estilo de jogo praticado pelo principal nome da Seleção: Neymar. Segundo o treinador, o astro do PSG é um finalizador, não um preparador de jogadas para um centroavante. Ele defendeu sua ideia afirmando que Neymar cria a jogada para decidir, não para o colega finalizar.
“Isso tem a ver com o nosso protagonista maior, que é o Neymar. O Neymar centraliza muito as nossas ações ofensivas. Ele é o nosso principal jogador, não tem como a bola não parar nele. A bola vai parar nele bem mais que os outros. O Neymar não é assistente de centroavante, Neymar não prepara jogada para centroavante. O Neymar decide. Neymar faz jogada pra ele. E aí, o centroavante sofre”, afirmou Mano, que já tinha relacionado a chegada do camisa 9 à evolução da seleção.
“O problema não está no Gabriel Jesus. Ele foi ótimo nas Eliminatórias, ele foi o grande surgimento de um jogador nos últimos tempos. Nós não tínhamos um jogador que sabia preencher tanto a função como ele. E com a chegada do Tite na Seleção e a dele também, a seleção começou a crescer”, afirmou Mano.
Mano ressaltou que Neymar não é exatamente um problema para a Seleção, mas que é preciso encontrar uma maneira de jogar na qual Neymar não “queime” um camisa 9. “É preciso ficar claro, porque no Brasil se costuma levar as coisas pro lado errado: o Neymar não é o problema da Seleção, é a solução de muitos dos nossos problemas. O que se discute é uma maneira de entendimento pra isso funcionar, porque não é o primeiro”, disse Mano, usando ainda o exemplo de Fred, criticado em 2014.
“Fred foi muito crucificado na Copa no Brasil, e ele sempre soube fazer gol. Se tem uma coisa que o Fred sabe fazer, é gol. Nas Eliminatórias não aconteceu isso que aconteceu na Copa, era um outro momento, era um outro nível de adversário. O momento era difícil mas as coisas funcionaram bem. A gente precisa aprofundar essa discussão”, concluiu o técnico do Cruzeiro.
Foto: Reprodução do SporTV