O primeiro debate entre os candidatos a presidente da República foi realizado na noite da quinta-feira (09), pela Band. Participaram Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Eles foram convidados em atendimento à legislação eleitoral, que obriga a chamar candidatos de partidos ou coligações que tenham, no mínimo, cinco parlamentares no Congresso Nacional (assista à íntegra do debate na Band abaixo).
Entre os que teriam que participar obrigatoriamente, apenas Lula (PT) não compareceu. “Também foi convidado Luiz Inácio Lula da Silva, mas ele está impedido pela Justiça de participar”, disse o apresentador Ricardo Boechat, ao abrir o debate.
Lula não conseguiu recurso para participar por videoconferência ou mandar representante. O partido, em protesto, realizou paralelamente um debate online, com a participação de Fernando Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB), a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente da Petrobras, o baiano Sérgio Gabrielli.
No debate, o candidato tucano foi o mais questionado e defendeu a reforma trabalhista, dizendo que ela modernizou as relações de trabalho e acabou com o “cartório” que era mantido no Brasil com os 17 mil sindicatos, em sua maioria, patronais. Também se disse favorável à reforma da Previdência e Política e adiantou que as alianças que fez para a campanha são o caminho para aprovar “as reformas que o Brasil precisa”.
Marina Silva se sentiu contrariada: “alianças são por tempo de televisão, para se manter no poder ou chegar a ele”. Questionada sobre o que faria para melhorar o Sistema Único de Saúde, Marina citou que pretende implementá-lo adequadamente, com mais recursos, melhor gerência e atenção à saúde da família.
Como não poderia ser diferente, Bolsonaro teve que falar sobre como vê o papel das mulheres e perguntou se caberia ao Estado interferir na questão da igualdade de salários entre homens e mulheres, já que, segundo ele, no serviço público já é igual e acrescentou: “Elas estão melhores do que nós”, se referindo ao melhor desempenho feminino em provas de concurso público.
Boulos afirmou que pretende, em um primeiro momento, revogar as medidas adotadas pelo presidente Michel Temer, como a reforma Trabalhista e teto dos gastos públicos. Ainda disse que trabalhará contra a reforma da Previdência e sugeriu uma reforma tributária.
Alvaro Dias criticou o monopólio dos bancos no Brasil e falou sobre o BNDES. “Não permitiremos que o BNDES empreste para ditadores corruptos e sanguinários” registrou e aproveitou para discorrer contra as indicações políticas e avaliou que o sistema de “balcão de negócios” é a matriz de governos incompetentes.
Ciro Gomes ponderou que é preciso “consertar os motores do desenvolvimento” e citou o consumo das famílias e os 63 milhões de pessoas que estão no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Ciro falou da necessidade de acertar as contas públicas e colocou como compromisso retomar obras paradas, que seria uma forma de retomar o emprego.
Cabo Daciolo defendeu o voto impresso e denunciou supostas fraudes nas urnas eletrônicas que interfeririam no resultado das votações.
O candidato do Patriota adotou um discurso de afronta contra os concorrentes e definiu os demais como representantes da “velha política”. “Chega, chega. Eles falam tudo e não mudam nada”, afirmou o Cabo.
Henrique Meirelles tentou defender medidas do governo Temer e lembrou da atuação como presidente do Banco Central no governo Lula.
“A dívida pública cresce em virtude de um déficit que cresce de forma avassaladora com despesas obrigatórias (..) sobe a inflação, o desemprego e bem a crise”, disse o candidato pelo MDB.