O número de mortos deixados pelo desabamento da ponte Morandi, em Gênova, na Itália, subiu para 39, segundo as autoridades locais. Entre os mortos estão uma criança de 8 anos e dois adolescentes de 12 e 13 anos, de acordo com a imprensa local.
Dois corpos foram tirados dos destroços do viaduto na manhã desta quarta-feira (15). Os socorristas continuam cavando e procurando sobreviventes após mais de 24 horas do acidente. Dezesseis pessoas ficaram feridas, nove delas estão em estado grave.
O governo da Itália exigiu, nesta quarta, a demissão dos diretores da concessionária Autoestrade per l’Italia, responsável pela manutenção da ponte que caiu.
O ministro de Infraestruturas, Danilo Toninelli, afirmou em mensagem no Facebook que “os diretores da Autostrade per l’Italia devem renunciar logo” e garantiu que o governo italiano “ativou todos os procedimentos para a possível revogação das concessões e a imposição de multas de até 150 milhões de euros [656 milhões de reais]”.
“Se eles não conseguiram administrar nossas rodovias, o estado fará isso”, afirmou. Toninelli disse ainda que “em um país civilizado não se pode morrer por uma ponte que desmorona” e reiterou que os culpados “desta injustificável tragédia devem ser punidos”.
“As empresas que administram nossas estradas embolsam os pedágios mais caros da Europa, enquanto pagam concessões a preços vergonhosos. Recebem bilhões, pagam uns poucos milhões de impostos e nem sequer realizam a manutenção necessária para pontes e estradas”, disse.
O ministro italiano adiantou que “o Fundo de Emergência da Proteção Civil será utilizado para restabelecer a área afetada”.
O desabamento ocorreu por volta do meio-dia (hora local) de ontem, quando um trecho de aproximadamente 100 metros da Ponte Morandi, que tem 1 quilômetro de extensão 90 metros de altura, caiu e deixou vários veículos sob os escombros.
Inicialmente, foi apontado que as fortes chuvas poderiam ser a causa do acidente, mas a possibilidade de uma falha estrutural na construção também é considerada. A Autostrade per l’Italia alega que a manutenção da ponte estava em dia.
Novas rachaduras – Os bombeiros que participam da reposta de emergência ao incidente afirmaram na manhã desta quarta que identificaram novas rachaduras em uma das pilastras que sustenta a parte da ponte que ainda está de pé, segundo o jornal La Stampa.
Prédios e casas ao redor do viaduto já foram esvaziados por prevenção, em caso de novos desabamentos. Cerca de 440 moradores de 11 edifícios próximos foram impedidos de retornar às suas residências.
Durante as primeiras horas da manhã de hoje (hora local), diversos moradores faziam fila na região para poder retornar a suas casas e recolher o necessário para mais noites fora de casa.
A ponte Polcevera-Morandi é um trecho da rodovia A10, que liga as regiões da Lombardia e do Piemonte à Ligúria. A região do colapso da estrutura, que cruza o rio Polcevera e possui prédios residenciais e comerciais e linhas ferroviárias, tornou-se paisagem caótica após o desabamento.