Cerca de 1,2 mil venezuelanos deixaram o Brasil após os ataques de brasileiros ocorridos neste sábado em Pacaraima (RR), disse neste domingo (19) o coronel do Exército Hilel Zanatta, que comanda a operação de atendimento aos estrangeiros.
Segundo Zanatta, parte dos imigrantes estava no centro de triagem dos imigrantes que chegam ao país. O órgão chegou a suspender os atendimentos no sábado. O site G1 informa que a fronteira, por onde passam cerca de 500 estrangeiros por dia, permanece aberta.
Pacaraima, a 215 km de Boa Vista, é a principal porta de entrada dos venezuelanos no Brasil. Segundo a prefeitura, cerca de 1,5 mil imigrantes viviam nas ruas da cidade antes do tumulto – o número equivale a 10% da população local. Neste domingo, o município, que costuma ser movimentado mesmo aos fins de semana, está pacato.
O tumulto começou na manhã de sábado após a família do comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, relatar à Polícia Militar que ele havia sido assaltado e agredido por um grupo de venezuelanos. Raimundo está internado em Boa Vista.
Em retaliação, moradores de Pacaraima se organizaram por redes sociais e atacaram acampamentos de venezuelanos. Os locais foram destruídos e queimados. A BR-174, que liga Boa Vista a cidade ficou bloqueada com pneus e fogo por cinco horas. Estima-se que 1 mil pessoas participaram dos atos.
Muitos venezuelanos cruzaram a fronteira a pé. Outros – cerca de 100 que haviam se refugiado em um posto de fiscalização da Secretaria da Fazenda de Roraima – foram levados de ônibus até o lado venezuelano pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal.
A delegada Geral da Polícia Civil de Roraima, Giuliana Castro, disse à agência Reuters que um grupo de 30 brasileiros que fazia compras na fronteira foi atacado por venezuelanos e precisou ser levado para um abrigo durante o tumulto. Moradores de Pacaraima dizem que carroscom placas brasileiras foram atingidos por paus e pedras.
A segurança no município, que fica a 215 Km da capital Boa Vista, foi reforçada pela PM e 60 homens da Força Nacional devem chegar à região na segunda. Neste domingo, o presidente Michel Temer se reuniu com ministros para avaliar a situação da fronteira.
Foto: Reprodução