23 de novembro de 2024
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PDT defende temperamento de Ciro e agronegócio de Kátia Abreu, mas critica “suicídio petista”

PDT defende temperamento de Ciro e agronegócio de Kátia Abreu, mas critica “suicídio petista”

Integrantes do PDT de São Paulo, sigla do presidenciável Ciro Gomes, demonstraram mágoa em relação ao PT em um debate promovido pelo jornal O Estado de São Paulo. Eles não pouparam críticas ao comportamento “suicida” do partido – além de chamarem o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad de “poste”.

O grupo tem um alívio: não ter a companhia do Centrão, que foi objeto de cobiça de Ciro. A figura da ruralista Katia Abreu, vice na chapa de Ciro, foi exaltada. Os pedetistas a comparam com a do ex-senador Teotônio Vilela, que embora de origem liberal lutou ao lado da oposição contra a ditadura.

Um grupo de seis homens e uma mulher, com idades entre 21 e 65 anos, recebeu a reportagem na sede paulista do partido, instalada em uma casa no Ibirapuera.

As feridas abertas pelo movimento petista que manteve o PSB na neutralidade e isolou a candidatura de Ciro Gomes ainda ressoam entre os pedetistas. O presidente do PDT municipal, e candidato ao Senado, Antônio Neto, disse que a “estratégia do PT “causou estranheza”. “Hoje o PT tem uma chapa com três pessoas e ninguém sabe o papel que cada um desempenha. Haddad, o provável candidato à Presidência, não tem expressão nenhuma no País. Não chega a 10% (das intenções de voto)”, disse Neto. “Essa confusão com a candidatura Lula é um suicídio. O candidato é o poste do Lula. Queremos alguém com luz própria. Não um poste.”

Para André Duarte, de 44 anos, da secretária-geral do PDT, a atitude do PT foi de autopreservação. “O PT perdeu várias prefeituras. O Ciro estava se destacando e o PDT virando referência. O PT teve medo de perder sua característica hegemônica”, disse.

A ex-pré-candidata do PCdoB e hoje componente da chapa “triplex petista”, Manuela d’Ávila, também não foi poupada. “Manuela lutou muito para ter um papel de destaque e agora está nesse papel vergonhoso. Eu estaria envergonhada”, afirmou a Gleydes Sodré, candidata a vice na chapa do PDT ao governo do Estado.

Centrão – Os militantes fizeram questão de se mostrarem aliviados com o fato do Centrão não ter fechado aliança com o PDT – o bloco formado por DEM, Solidariedade, PP, PR, PRB que formalizou apoio a Geraldo Alckmin (PSDB). “Sinto alívio, sim. Nossa militância está cada vez mais orgânica dentro do PDT”, disse Gleydes. “Claro que tempo de TV importa, mas o projeto ideológico precisa vir na frente”, completou Vinícius Costa Martins, de 26 anos, membro da Fundação Leonel Brizola.

A chapa pura foi exaltada pelos participantes do debate. Mesmo a escolha de Katia Abreu como vice não foi encarada como um problema pelos militantes. “Eu comparo hoje Katia Abreu ao Teotônio Vilela. Eles têm a mesma origem. Quando Vilela descobriu o processo de tortura que acontecia na ditadura, ele se converteu em um grande líder pela democracia”, disse Neto. A participação de Katia no processo de impeachment, ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff, foi ressaltada pelo grupo.

Bolsonaro – O grupo defendeu o temperamento de Ciro – dizendo que o que ele vocaliza é a indignação do povo brasileiro. Neto reclamou da forma como a imprensa trata o temperamento dele. “Eu vejo o (candidato do PSL, Jair) Bolsonaro agredindo jornalista, mulher, gay e negros…E ele não é tratado como destemperado. Ele é considerado engraçado.”




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