Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia é o primeiro Estado brasileiro a receber um grupo de compradores internacionais de algodão que veio para conhecer de perto as lavouras na fase da colheita, as indústrias de beneficiamento e os laboratório que atestam a qualidade da fibra nacional. A ação está ligada ao projeto “Missão Compradores 2018”, organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA).
Os visitantes representam indústrias têxtil e tradings de Bangladesh, China, Colômbia, Indonésia, Turquia e Vietnã, interessados no algodão nacional. Com produtividade recorde, em torno de 320 arrobas/hectare, a safra 2017/2018 de algodão na Bahia está com a colheita 80% concluída e deve chegar a uma produção de 1,2 milhão de toneladas, sendo 520 mil em pluma.
O gerente de qualidade de uma indústria têxtil do Vietnã, Thanh Le Quang, conta que veio à Bahia para verificar características como resistência, elasticidade e comprimento da fibra e que vê a possibilidade de fechar novos negócios com garantia de qualidade. “Conhecer de perto estas instalações traz mais confiabilidade do que estamos comprando”, afirma.
Para Márcio Kitabayashi, da trade Cofco INTL, a visita é importante para que eles possam conhecer o nível de tecnologia empregado na produção de algodão e os projetos desenvolvidos pelos agricultores, por meio das associações. “Embora a qualidade seja o principal fator na compra, vem aumentando o interesse pelo algodão de propriedades que conquistaram o selo de certificação internacional que comprova para o mercado consumidor as práticas sustentáveis na produção agrícola”, destaca.
O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), Júlio Cézar Busato, afirma que, além de conhecer as instalações da cadeia produtiva, o mais importante desta missão é a troca de experiências e a possibilidade de negócios com os consumidores internacionais.
“A Bahia tem a maior produtividade do algodão em área de sequeiro do mundo e as condições climáticas são ideais para garantir uma qualidade da fibra bastante procurada no mercado têxtil. Somos altamente tecnificados, 75% da área plantada é certificada como sustentável com um selo do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e internacional por meio do Better Cotton Iniciative (BCI) e fazemos parte de uma cadeia produtiva que emprega mais de 40 mil pessoas na Bahia levando desenvolvimento e renda para todo o estado. Só temos com o que nos orgulhar”, relata.
A cotonicultora Alessandra Zanotto, que acompanhar a visita técnica dos compradores internacionais, acredita que a missão trará resultados diretos para a comercialização do algodão baiano.
“Estamos vivendo uma conjuntura favorável. As chuvas na região vieram na hora certa, os preços estão 10% mais valorizados em relação ao ano passado e existe uma demanda crescente do mercado internacional. Trazer potenciais compradores com possibilidade de fechar negócio para as próximas safras somente estimulam a produção na Bahia”, explica.
Nesta safra, completa, os produtores baianos plantaram 263.692 mil hectares e para a próxima está previsto um incremento de 20% de área, totalizando 313 mil hectares.
A comitiva do projeto “Missão Compradores 2018”, que começou o tour pela Bahia, segue nesta sexta-feira (31) para conhecer a cadeia produtiva do algodão de outros dois Estados produtores: Goiás e Mato Grosso.