O libanês Assad Ahmad Barakat, apontado pelos Estados Unidos como financiador do Hezbollah, pediu refúgio no Brasil antes de ser preso.
No requerimento feito à Polícia Federal em São Paulo ele alega suposta perseguição política pelas autoridades paraguaias.
A afirmação é da Procuradoria-Geral da República no pedido de prisão preventiva para extradição do estrangeiro ao Supremo Tribunal Federal (STF) feito pela Justiça paraguaia por falsidade ideológica.
De acordo com um primo de Barakat, ele foi preso na delegacia da Polícia Federal, quando providenciava alguns documentos. Hassan Ali Hashi negou que o primo esteja envolvido em qualquer irregularidade.
Na decisão, do dia 12 de setembro, a procuradora Raquel Dodge destaca que não há nenhum impeditivo para a prisão de Barakat no Brasil.
Dodge observa ainda que a extradição não poderá ser autorizada antes de analisado o pedido de refúgio pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério das Relações Exteriores.
A PRG concluiu ainda que Assad Barakat pediu refúgio ao governo brasileiro depois de saber da decretação de prisão pela justiça do Paraguai, no dia 31 de agosto.
Assad Barakat é acusado de apresentar declaração de nacionalidade incorreta e de não informar a perda de nacionalidade paraguaia para a renovação do passaporte, o que no país vizinho configura crime de “produção mediata de documentos públicos com conteúdo falso”.
Ele já havia pedido refúgio no Brasil em 2003, um ano após ter sido preso e extraditado para o Paraguai por envolvimento em delitos relacionados à apologia ao crime, evasão de divisas e falsificação de marcas de produtos.
Em função da prisão e condenação, em 2007 ele perdeu a nacionalidade paraguaia obtida em 1989. O libanês também é investigado nos Estados Unidos e na Argentina.