25 de novembro de 2024
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Trade turístico diz que, além do Othon, mais hotéis podem fechar em Salvador

Trade turístico diz que, além do Othon, mais hotéis podem fechar em Salvador

Em cinco anos, 29 hotéis fecharam as portas em Salvador, segundo informou o presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTur), Roberto Duran ao site G1. Para os representantes do setor turístico, a forma de reverter o cenário atual de crise é investir no turismo de negócios.

O Othon Palace Hotel, não está na lista de fechados, mas já anunciou o fim das operações na capital baiana e deve funcionar até 18 de novembro. O último hotel a encerrar as atividades foi o Portal da cidade, que ficava ao lado da Rodoviária de Salvador. Ele foi fechado na semana passada, segundo disse Duran.

Conforme Duran, houve a perda de 30 mil postos de emprego no seguimento do turismo, no geral.

Dados do Conselho indicam que, em maio de 2015, a capital baiana tinha 468 hotéis. Em janeiro de 2017, eram 407 hotéis na cidade, uma queda de 13,03% em dois anos. Os dados do CBTur apontam que o maior número de estabelecimentos turísticos fechados foi registrado entre 2015 e 2017. Atualmente, Salvador possui 402 hotéis com cerca de 40 mil leitos.

Turismo de negócios – Roberto Duran contou que a capital perdeu a capacidade de fazer esse turismo de negócio desde 2013, quando o Centro de Convenções da Bahia (CCB), que tinha capacidade para cerca de 15 mil pessoas, fechou. O local foi fechado para obras em 2015, mas em setembro de 2016, parte da fachada do prédio desabou.

“O turismo de lazer é poético, mas isso é sazonal isso não garante cadeia produtiva de negócio. O que realmente mantém destino chama-se turismo de negócios, aquele que se faz congressos e demais eventos relacionados ao seguimento”, relatou Duran.

O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa, concorda com Duran e lamentou não apenas a saída do Othon de Salvador, como também a perda do Centro de Convenções que funcionava no local e tinha capacidade para três mil pessoas.

“O que aconteceu com o Othon não é momentâneo, é resquício passado. Não será surpresa se demais hotéis fecharem as portas”, contou Pessoa.

O presidente da FeBHA detalhou que, em 2018, houve uma melhora no setor hoteleiro, mas não resolveu a situação econômica de muitos estabelecimentos do seguimento.

“Os prejuízos foram de anos. Até para conseguir empréstimos é necessário estar em dia com documentações e financeiramente, mas muitos já estão endividados”, detalhou.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-BA), Glicério Lemos, informou que este ano, de janeiro até setembro, a ocupação hoteleira de Salvador foi de 61,29%. Entretanto, ele também concorda que isso não possibilitou que os hotéis atingissem um ponto de equilíbrio para o pagamento das contas. Com isso, mais de 90% dos hotéis trabalham no vermelho na capital baiana.

“O aumento da ocupação hoteleira foi de 15% no primeiro semestre desse ano, mas não foi suficiente para melhorar a situação dos hotéis”, detalhou.

Por meio de nota, o governo do estado informou que o projeto do novo Centro de Convenções da Bahia está em fase de consolidação para o lançamento do edital.

O Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), para a construção e administração do equipamento, recebeu da empresa REAG uma proposta de construção do CCB no Parque de Exposições, localizado na Avenida Paralela. O projeto proposto agrega restaurantes, centro de compras, hotéis e estacionamento, além de ser planejado próximo à estação de metrô e perto do aeroporto.

Já o destino do antigo Centro de Convenções está em análise. A prefeitura de Salvador também possui um projeto de um Centro de Convenções na cidade. Diante dessas duas possibilidades, os representantes dos setores turístico e hoteleiro têm esperanças de que a crise pode ser superada.

Estabilidade – Para Roberto Duran, o setor hoteleiro não precisa ser apenas alavancado novamente, mas é importante que a estabilidade do setor seja mantida.

“Qualquer destino do mundo se desenvolve com três pontos fundamentais, logística, acessibilidade, que é a entrada e saída, e Centro de Convenções, que garante a longevidade do destino. Isso é importante para que toda a cadeia produtiva se desenvolva. Os hotéis são apenas a ponta do iceberg no setor, que é o que mais aparece aos olhos das pessoas, mas tudo que existe entre o cliente e os hotéis fazem parte da cadeia, como por exemplo, restaurantes e transporte”, disse Duran.

Para tentar “sobreviver” durante esse período que o Centro de Convenções da Bahia está fechado, diversos eventos foram realizados em Salvador, nos Centros de Convenções de grandes hotéis da capital baiana.

“Ainda temos o Centro de Convenções do Hotel Fiesta, com capacidade para 2.500 pessoas e do Gran Hotel Stella Maris, para cerca de duas mil pessoas, que foi o que deu suporte ao seguimento”, disse.

Duran também falou sobre a importância do aeroporto de Salvador para o turismo. “Quando temos um terminal inadequado, é claro que impacta negativamente para o turista, isso pode trazer uma imagem ruim do destino, mas acredito que com a conclusão das obras previstas para outubro do ano que vem, as coisas vão melhorar bastante”, contou.

O aeroporto da capital baiana já foi considerado o pior entre os 20 maiores aeroportos do país. Até dezembro de 2017, o aeroporto era administrado pela Infraero. Em março, a empresa Vinci arrematou o terminal por R$ 1,59 bilhão. A concessionária iniciou em abril deste ano a primeira fase das obras de modernização e expansão do equipamento, com previsão de conclusão para outubro de 2019.




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