O advogado criminalista Gamil Föppel registrou nesta tarde de sexta-feira (19), às 13h, na sede da OAB, no centro de Salvador, a sua candidatura à presidência da OAB-BA na chapa Renova OAB 30, que promete mudar a situação degradante vivida hoje pela advocacia na Bahia.
Durante o registro, que contou com a presença de dezenas de mulheres, Gamil destacou o fato de haver, pela primeira vez na história das eleições na OAB-BA, mais mulheres do que homens compondo a diretoria.
Gamil também frisou que sua candidatura não está vinculada a nenhum grupo político e seu objetivo é resgatar a dignidade da advocacia na Bahia. Em carta pública direcionada à categoria, divulgada durante o evento, Gamil diz que vai trazer de volta o respeito à OAB-BA. “É inadmissível que após tantos anos com o mesmo grupo no poder não tenham sido tomadas quaisquer medidas para impedir a violação das prerrogativas, ainda hoje a maior reivindicação da advocacia baiana”, afirmou.
“Vou trazer a OAB de volta à sua função, que é cuidar dos advogados e das advogadas, fazendo uma gestão com transparência”, prometeu. “Tenho compromisso com a democracia e não concordo com a postura atual do grupo que há mais de uma década está à frente da OAB, querendo se perpetuar no poder, mesmo já estando desgastado junto à categoria”, diz Gamil, acrescentando que “os atuais dirigentes agem como políticos profissionais”.
A candidata a vice-presidente, Larissa Camandaroba, que é advogada militante na Região Oeste da Bahia desde 2004 e, segundo Gamil, “é uma legítima representante do interior do estado”, lembrou que a classe atualmente está mais enérgica e participativa. “Nos últimos três anos novos advogados e advogadas passaram a compor a classe, desejando renovação. Essa juventude é que dará o norte destas eleições, com maior poder de decisão”, avalia a advogada.
Ainda segundo ela, o que mais prejudica o exercício da advocacia no interior do estado “é a ausência de servidores, juízes, promotores e defensores públicos dispostos a residir nos municípios mais distantes da capital”.
“Este déficit no Judiciário por vezes atrasa o andamento de processos mais simples de resolução”, explica, acrescentando que a falta de câmaras e tribunais de segunda instância mais próximos dos grandes municípios também contribuem para a morosidade da justiça.
Outro ponto importante, segundo Camandaroba, diz respeito às ações de atualização jurídica e entrosamento social entre os (as) advogados (as), pois a Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (CAAB) e a Escola Superior da Advocacia (ESA), por exemplo, têm acesso limitado para promover suas atividades em municípios distantes, como Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Barra, São Desidério, Riachão das Neves e outros municípios distantes da capital baiana.
Em tom bastante crítico à atual gestão da OAB, Gamil faz questão de frisar que seu projeto não é de poder e que é contra o instituto da reeleição – responsável, segundo ele, por todas as mazelas, como a falta de transparência, continuísmo, uso da máquina, perseguição. “Quero contribuir para a renovação da OAB. Somos um grupo novo, jovem. Nunca ocupei nenhum cargo na OAB. E minha primeira medida, se eleito, será tornar pública a situação da instituição, com absoluta transparência. Além disso, pretendo unir novamente a categoria, que hoje reflete o clima hostil em que vivemos no País. Para isso, precisamos de uma gestão técnica voltada para a categoria”.