A rede social Facebook contratou um novo diretor global de Políticas e Comunicação. Nick Clegg, antigo vice-primeiro-ministro britânico, irá assumir o cargo que trata de assuntos gerais da empresa com o restante do mundo. Clegg, de 51 anos, irá fazer parte do Facebook em uma época em que a rede social está vivendo um momento turbulento pela disseminação de fake news, vazamento de dados de usuários e com ameaças de regulação do governo.
O antigo líder do partido Liberais Democratas deve se mudar para o Vale do Silício, na Califórnia, em janeiro do ano que vem e trabalhar diretamente do escritório central da empresa.
Apesar de a indicação de Clegg para assumir uma posição gerencial na empresa aparecer como uma surpresa, há semanas estavam circulando rumores de que o fundador da empresa, Mark Zuckerberg, estava próximo de anunciar um político britânico do alto escalão para assumir uma posição na companhia.
Os nomes do antigo chanceler George Osborne, agora editor do Evening Standard, e o ex-secretário das Relações Exteriores David Miliband circularam como potenciais candidatos ao cargo. Não é de conhecimento público se algum dos dois foi consultado pela empresa. O ápice da carreira política de Clegg aconteceu quando ele se tornou vice-primeiro-ministro após liderar o seu partido em uma coalizão com o partido do então primeiro-ministro David Cameron, entre 2010 e 2015. Ele perdeu seu assento no Parlamento britânico nas eleições gerais de 2017. A indicação de Clegg teria vindo após meses de aproximação de Zuckerberg. O fundador da empresa garantiu que o novo executivo teria um papel fundamental na definição da estratégia da companhia. Sheryl Sandberg, chefe de escritório do Facebook, também esteve envolvida no processo.
Clegg estava envolvido em um grupo de políticos que é contra a saída do Reino Unido da União Europeia, e terá que deixar os debates do Brexit, que se aproximam de sua fase final, e se mudar para os Estados Unidos.
Sobre o assunto, ele afirmou que não irá mais ter um papel principal nos debates do tema. “Eu tenho sentimentos misturados sobre deixar o nosso país bem no meio do debate da relação do Reino Unido com o restante da Europa. Mas eu não devo mais exercer um papel público nesse debate”, disse.
Clegg irá se mudar com a sua esposa, a advogada de negócios internacionais Miriam González Durántez, e seus três filhos. Ele começa a trabalhar na companhia na segunda-feira, no escritório de Londres, até se mudar para a Califórnia no começo de 2019.