Com 41 votos favoráveis, 16 contrários e uma abstenção, o plenário do Senado aprovou na tarde desta quarta-feira (07) o aumento de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — que deve gerar um rombo de R$ 4 bilhões para União e estados, segundo cálculos técnicos da Câmara dos Deputados. Quatro partidos, que já declararam oposição ao futuro governo Jair Bolsonaro, orientaram seus parlamentares a votarem contra a proposta: Rede, PT, PCdoB e PPS, ‘seguindo’ a orientação do presidente eleito que horas antes disse que vê com “preocupação” o possível aumento de salário dos ministros STF e disse que o momento não é adequado para o reajuste.
Dos oito senadores dos partidos que fecharam contra o aumento, apenas dois descumpriram a orientação partidária: Jorge Viana (PT-AC) e Paulo Rocha (PT-PA). Os três senadores do PR, partido do senador Magno Malta — que já avisou que será ministro de Bolsonaro — votaram a favor de aumentar o salário dos ministros, assim como a maioria dos parlamentares de PSDB e MDB, do presidente Michel Temer.
No tucanato, apenas Ricardo Ferraço (PSDB-ES) divergiu da orientação do governo e votou contra o aumento. Os outros dez senadores da legenda presentes na votação disseram sim ao reajuste, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-presidentes da legenda.
O DEM da deputada Tereza Cristina, indicada como futura ministra da Agricultura, ficou dividido na votação. Ronaldo Caiado (DEM-GO), governador eleito de Goiás, e Wilder Morais (DEM-GO), senadores que já declararam apoio explícito a Bolsonaro, votaram contra, conforme a orientação do presidente eleito. Além deles, Maria do Carmo Alves (DEM-SE) também rejeitou o aumento. Votaram a favor José Agripino (DEM-RN) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Mesmo com a situação fiscal e as contas públicas nas cordas, o MDB do presidente Michel Temer orientou que sua bancada votasse a favor do reajuste de 16,38%. A maioria dos parlamentares seguiu a orientação partidária e votou a favor, com exceção de Roberto Requião (MDB-RS).
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que cumpre pena em regime semiaberto por crimes contra o sistema financeiro nacional, estava presente no Plenário do Senado e votou a favor do aumento do salário dos ministros do STF.
Gurgacz está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, e por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes exerce o mandato durante o dia e retorna à prisão à noite.
Votaram a favor do aumento:
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Ângela Portela (PDT-RR)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
José Serra (PSDB-SP)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Antônio Valadares (PSB-SE)
Edison Lobão (MDB-MA)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Fernando Coelho (MDB-PE)
Garibaldi Alves Filho (MDB-RN)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Zeze Perrella (MDB-MG)
Romero Jucá (MDB-RR)
Valdir Raupp (MDB-RO)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Hélio José (PROS-DF)
Ivo Cassol (PP-RO)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Jorge Viana (PT-AC)
Paulo Rocha (PT-PA)
José Agripino (DEM-RN)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
José Amauri (PODE-PI)
José Medeiros (PODE-MT)
Rose de Freitas (PODE-ES)
Otto Alencar (PSD-BA)
Raimundo Lira (PSD-PB)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Telmário Mota (PTB-RR)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Cidinho Santos (PR-MT)
Walter Pinheiro (Sem partido-BA)
Votaram contra o aumento:
Airton Sandoval (MDB-SP)
Roberto Requião (MDB-PR)
Cristóvam Buarque (PPS-DF)
Fátima Bezerra (PT-RN)
José Pimentel (PT-CE)
Regina Sousa (PT-PI)
Givago Tenório (PP-AL)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Reguffe (Sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Wilder Morais (DEM-GO)
Vanessa Graziottin (PCdoB-AM)
Abstenção:
José Maranhão (MDB-PB)
O abaixo assinado acabou de chegar em 200 mil assinaturas! Vamos a um milhão! Continue tuitando a #AumentoNao e o link da petição https://t.co/4UOQrwMDWl
— João Amoêdo (@joaoamoedonovo) 8 de novembro de 2018