A Eletrobras teve prejuízo líquido de R$ 1,613 bilhão no terceiro trimestre de 2018, ante um lucro líquido de R$ 550 milhões obtido na mesma etapa de 2017, segundo balanço divulgado pela estatal na noite desta segunda-feira (12). Os resultados são os atribuídos aos sócios da empresa controladora.
No acumulado no ano, a Eletrobras ainda soma lucro líquido de R$ 1,275 bilhão, o que representa uma queda de 44% na comparação com os 9 primeiros meses do ano passado.
A receita operacional líquida atingiu R$ 8,936 bilhões no 3º terceiro, se mantendo estável na comparação anual.
Já a Eletrobras holding, a controladora da estatal, apresentou prejuízo líquido de R$ 1,621 bilhão, ante um lucro líquido de R$ 538 milhões registrado no 3º trimestre de 2017.
Perdas – O resultado do 3º trimestre foi pressionado pelo desempenho do segmento de distribuição, que apresentou prejuízo de R$ 998 milhões. Já os segmentos de geração e transmissão apresentaram, respectivamente, ganhos de R$ 832 milhões e R$ 103 milhões.
Segundo a maior elétrica do país e líder em geração e transmissão, o prejuízo no 3º período se deve principalmente às provisões não recorrentes para contingências no montante de R$ 2,2 bilhões, destacando-se R$ 1,518 bilhão relativos a empréstimos compulsórios.
Houve, por exemplo, provisões de R$ 241 milhões para custos da subsidiária Chesf com o chamado risco hidrológico na operação da usina de Sobradinho e de R$ 145 milhões para “contratos onerosos”. A companhia também contabilizou R$ 418 milhões em provisão para perdas em investimentos relativas ao ajuste de valor justo após vender fatias em usinas eólicas e ativos de transmissão em um leilão em setembro, que levantou R$ 1,3 bilhão com as negociações de ativos.
“Há ainda R$ 2,8 bi de passivo a descoberto, referentes à venda das distribuidoras Cepisa, Ceron, Boa Vista Energia e Eletroacre, que poderão ser revertidos no 4º trimestre”, destacou a Eletrobras, em comunicado.
Demissão voluntária – A Eletrobras informou também que o prazo para adesão de empregados ao Plano de Demissão Consensual (PDC) foi prorrogado até o dia 14 de novembro.
O plano de desligamentos acontece em meio ao processo de privatização de seis distribuidoras da estatal, do qual quatro já foram leiloadas. O objetivo é reduzir o endividamento da companhia e reequilibrar suas finanças, que fecharam 2017 com um prejuízo de R$ 1,72 bilhão.
Quatro das seis distribuidoras da Eletrobras já foram vendidas. A Companhia Energética de Alagoas (Ceal) está com a venda suspensa por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O leilão de privatização da Amazonas Energia foi adiado para 27 de novembro.
Segundo a Eletrobras, se a privatização não acontecer até 31 de dezembro, a Amazonas Energia será liquidada, ou seja, a Eletrobras vai fechar a subsidiária e a União terá que assumir a prestação de serviço.
Segundo o Ministério do Planejamento, a liquidação da Amazonas Energia pode custar R$ 13 bilhões à Eletrobras e não haveria nenhuma garantia de manutenção dos empregos.